segunda-feira, novembro 07, 2011

Sem mal que não me acontecesse...!


POEMA dedicado aos que como eu enterraram parte da sua alma em Angola sem mal que não nos acontecesse, de tal a profundidade dessas feridas que ainda hoje pagamos a «aventura de uns metropolitanos irresponsáveis», das mesmas famílias políticas que têm levado (afinal mais uma vez) este Portugal ao precipício.

SEM FALAS AO ALVORECER
(homenagem a Camões)

Tisnou o céu quando a mim arrancada
q' a ela o olhar não chegou a ver!
Guardei sua imagem, anos a padecer
até que minha alma foi trucidada

Intentei a espaços oferecer-lhe flores
sem lágrimas q’ alimentassem rios
com desgraças –  ter ébrios compadrios
se falasse ao alvorecer, de temores!

Mas mataram-me o tempo no tempo
impedindo-me que puro sentisse
tão lúgubre querença; e q’ a merecesse!

Quis Deus e o homem q’ desaparecesse
sem que dela me despedisse,
que cedo ma furtaram, e ao seu alento

Cito Loio
4 a 6 de Novembro 2011

Sem comentários:

 
Web Analytics