quarta-feira, novembro 23, 2011

Greve...grave

 Greve Geral!...A todos (que vieram do Ultramar e não só) que partirão para esta grave em consciência, dedico este poema

INTÉ

Logo veio Miss Piggy, intragável
antes tivemos a Fada Má
tempo dos contos da carochinha
Cocas, depois de Príncipe Perfeito
tudo só pró ‘nego’ adormecer

Corria nos livros água potável
doces, sumos de Maracujá
nem pensar escamas de sardinha
alimento sem jeito!
Figurantes de bom gosto, dá pra ver

Mas essas páginas envelheciam
ao fazermo-nos adultos
procurando outras lenhas
carne e osso, dando umas baldas
deitadas, às vezes de quatro.

Sem darmos conta que se iam
passeámos alegremente os Plutos
conquistando Madalenas
todas já sem fraldas
gozando céu aberto, e no quarto

C’ os anos fomos mudando d’ heróis
guerras de verdade com mentira
amantes, esposas c' filhos
empregos, alguns com promessas
uma terra imensa por fertilizar

Já maiores cobriram-nos d’outros sóis
ao som de baladas, tocadas de lira!
_ Sorna, netos filhos cadilhos
greves, governos a pedir meças
com as reformas a definhar!

(A) _ Olá companheiro Cito como vais!

(B) _ Vou indo Lalinho, agastado;
continuas a tocar guitarra?

(A) _ Não, já não toco mais
agora só dedilho pró Estado
q’ me falta vontade para a farra

(B) _ Não estavas na coisa pública
numa...repartição de finanças
constou-me, contribuições fiscais?

(A) _ Reformei-me, hoje só coisa lúdica
passeios c' a mulher e as crianças
três netos; um favor aos pais.

(B) _ Folgo saber q’ tens sossego
eu, vou escrevendo remoendo
acusam, maldizendo até!
...bazo, vou prá fila do desemprego
recebo pouco, dá pra ir comendo!

(A) _ Chau amigo, abraço, inté!

Cito Loio
23 de Novembro 2011















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