Ó má Fortuna...
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É pela memória de um Povo que se fez
grande, hoje atraiçoado espesinhado pelos próprios , que cantando espalharei
por toda parte se a tanto me ajudar o engenho e arte.
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ERA UM MAPA
ARGENTINO
Canoa a
catanas talhada a deslizar
por águas
carregadas de coisas incógnitas
levando
guerreiros de provectas tribos
deixando pela
popa um suave ondular
Eram chefes buscavam
sustento
inigualáveis
donos de tenções, indómitas
tatuagens,
feridas, sabiam o perigo
que os
acompanhava sem nutrimento!
«Cantavam “ôôô ôôô, ulaul ulaul”
pois
habitavam a terra do céu azul
lá para
longe, prás bandas do lado sul
...e escutava,
“ókipórte ókipórte ókipórte”
seria tudo
ouro lá para a banda norte
ou procuravam
por melhor sorte?
Mas seu firme
e poderosos chimbicar
ia
acompanhado dum alegre piar
priu priu– frufru, bater d’ asas no voar!»
Pisquei dum
penhasco os olhos ao sagui
lisonjeei a
juba do meu leão
acenei ao ar,
mas não era um avião.
_ Que tropical
passeio se fazia por ali!
E fui
crescendo, com a terra c’ as gentes
das armas a
defendi, e por elas me perdi
amando nos
morros, nas matas vivi
com a
liberdade aferrada nos dentes
Igual, subi
rios, remei contra a maré
contei
rajadas, arremessei granadas
amei nas
valetas abertas às gargalhadas
montada
guarda – noites q’ fiquei a pé!
Ainda moço,
montado gavião a motor
voei pelos
céus entre nuvens sem destino
varrendo do
mapa um passado argentino
aterrei na
sede do império, conheci o rancor.
Cito
Loio
*
Argentino/brilhante
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