terça-feira, fevereiro 28, 2017

Caixa Geral de Depositos


...pensei muito sobre o Filme da CGD...
...e conclui que este video é elucidativo.

segunda-feira, fevereiro 27, 2017

Paulo Núnco e o caso dos offshores







Antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais considera "legítima" a interpretação da Autoridade Tribuntária que levou à não publicação das estatísticas das transferências para paraísos fiscais. E pede também demissão de cargos no CDS





Caro senhor ex qualquer coisa permita que o felicite relativamente a dois pontos.

1- Ter tido a coragem e assumir o que presumivelmente deve ter considerado erro seu.

2- Apresentar pedido de demissão, algo que nesta sua pátria é mui pouco comum denotando algo que prezo e que se trata da palavra decência

Como de politico deixo muito a desejar ofereço'lhe este poema para que caso o leia possa utiliza-lo como argumento de defesa, não através de 8 artigos mas sim de oito estrofes.



.
VALOR DA DECÊNCIA

I

Nasci longe, muito longe,
numa terra que poucos conhecem
povoada c' gente indiciada estranha,
e atravessando, vazio, mar salgado
pintei a revolta c' tinta transparente
optando a nacionalidade em fina risota.

II

Sim, foi muito longe,
e por perdurar esta efémera viagem
esqueço-me do tempo que por lá fazia,
se chovia sobre areais escaldantes
as marés segredavam às rochas 
ou s'atenuava dores ao som de batuques!

III

Sem tecto, vindo fiquei,
e soletrando palavras que ferem
vi-me no meio duma multidão tacanha.
- Cuspido neguei-me ser ultrajado
por passado a época em q'era pingente
e brincava aos casais numa casota.

IV

Por desterrado, continuei
abdicando procurar paz noutra paragem
esquecendo quem chegava ou partia.
- Vestidos 'preceito políticos farsantes 
percebi-lhes nunca terem usado galochas
mas chegarem acima à custa de truques.

V

Farto, ajuizei-me culpado.
- A podridão não tem muro nem fronteira
e eu envelhecendo desculpava falhas.

VI

Revisitando de novo o passado
como cá, dei conta similar roubalheira
diferenciando-se o apelido dos canalhas.

VII

Desligada 'memória por angústia
tudo perdera e por ganho só 'experiência,
mantendo \nobreza dos nomes q'herdei.

VIII

Mas aprendi 'imenso poder da astúcia
o verdadeiro valor da decência
continuando tão pobre aquando cheguei.

.
Cito Loio 
Terminado a 27/2/2017
09,00 horas segunda-feira de Carnaval
PERAFITA








sexta-feira, fevereiro 24, 2017

Em cada esquina



Se fosse hoje, trocava os versos à uma das suas canções emblemáticas e escreveria...

" Em cada esquina um pedinte"


Nas noites de Eutanásia



Senhores, ela é maior que qualquer politico, presidente, rei, imperador, maior até que os países, continentes, oceanos...porque ela é a síntese de um universo estrelado, a voz dos astros que nas noites de eutanásia seguram a mão fatal evitando que marinheiro me despeça da vida.

Inácio

quinta-feira, fevereiro 23, 2017

Continua a florir

Quando aperta 'saudade e só luto conforta
não necessito ir bater a outra porta;
_ basta-me cerrar as pálpebras e sorrir
que 'amor doutro tempo continua a florir


terça-feira, fevereiro 21, 2017

MILAGRE DOS TOLOS

Cansado de milagres políticos decidi fantasiar uma outra história fantástica. Esta por certo esta não atrapalhará a trapalhada da CGD pois até sabemos (muitos) como se construiu certo santuário, sem Domingues, Centenos, Marias Albuquerques, Celhos, Costas, comentadores delatores detractores e Comp Lda.


Bolas que tarda a aparecer um novo fazedor de milagres.




MILAGRE DOS TOLOS
.
Penetrou-a com'uma onda gigantesca
saltando o muro da breve provocação
num frenesí de língua suculenta
e ao tocar-lhe o clitóris humedecido
escutou num orgasmo quase hilariante
asfixiados gritos, desvairados bracejos.
- Jacinta, alcunhada em Fátima a "Fresca"
sorriu de prazer e natural excitação
vendo, escarrapachada Lúcia, a "Benta"
que o gozo valera o pecado acontecido,
o milagre fora programado mais p' adiante
e o momento requeria muitos bocejos.
.

Perto, ingénuo Francisco guardava gado
sonhando comer as amigas de coração
e já deitados no meio do canavial
escutarem cúmplices balidos d'ovelhas.
- Porém, sobre o abrigo das velhas telhas
deitadas mantendo aspecto jovial
preferiam as virgens guardar a tesão
para solfejar 'notas de um ouro fado.
.

.Quis a seu tempo o velho Estado Novo
que se inventasse uma nova versão
contratando devotas personagens,
a contento da hipocrisia da Santa Sé!
.

Criado o milagre a mando da ralé
pintado 'deboche c' piedosas imagens
evitaram 'despontar do sexo na televisão
lixando as pobres e frias noites ao povo.
.

Mortos ditadores descoberta 'democracia
continuaram 'fantásticas cenas religiosas
aplaudindo-se virtuosos demagogos.
.

Mas escreve 'poeta até sentado na pia,
e de caneta inventa rábulas gostosas
pois nem miúdo 'enganavam com bolos

.


Cito Loio 
Terminado em 
pasme-se... 21/2/2027

Abaixo a má-língua



O que me chateia é saber que o senhor Trump adora esta música.
Não há direito que o pessoal ande por aí a dizer que o homem é ditador "faxista" nazista e outros atributos depreciativos.

Abaixo a  má-língua  

segunda-feira, fevereiro 20, 2017

Para os senhores do PAN

Defender os animais antes de mais é sentir o seu pulsar, compreender o significado de cada latido, ganir com eles quando têm dores ou sentir medo pela impotência de os não podermos salvar. Sou antes de qualquer "pan" um amante da natureza, seja ela de que espécie for, tenha pelos escamas penas ou a pele tão lisa como a das lagartixas que me defendiam dos mosquitos na África dos meus pecados ao ponto de escrever para eles frases que não têm preço


UM VIRA-LATAS SEM PREÇO


Traquina, tocav'às campaínhas das portas
e beliscando os mamilos das sopeiras
tinha de fugir seguido pelo meu vira-latas
para, língua de fora, mijarmos nos postes
acenando às ruivas morenas, até a russas 
- Éramos o que afinal a natureza quisera!

Pelas avenidas pisávamos folhas mortas
esquecidos de certas e boas maneiras,
ladrando, eu apalpando bundas de mulatas
sacudido por tabefes - Não t'encostes 
sai daqui candengue ou levas nas fuças!
- E seguimos como 'natureza nos fizera!

Acabámos por crescer juntos e unidos
fazendo-me homem com H de verdade,
ele assumindo íntegro papel de cão,
ambos perseguindo deleitosas ofertas 
ultrapassando as barreiras do tempo.
- Podermos voltar atrás ó quem dera!

E veio a altura d'esquecer gemidos
porém a de fazer continência à maldade
rebolar fardado pelo poeirento chão,
aceitar deliberações a horas incertas
evitando gritar, basta já não aguento.
- Ao lado soava-m'um ladrar de fera!

Virado o ano c'outra farda novamente 
e escasseando a oportunidade prá folia
fazia 'fiel amigo por mim jus à tradição
enquanto rolava na pista do aeroporto
e cobria cadelas de qualquer quintal...
- Ser vadiola, pensava, quem me dera.

Por cumprido dever fiz-m'inconveniente
trabalhando de noite rompia o dia.
- Servir o mundo era nha vocação,
e por ajudar a endireitar o q'estava torto
vi-me expulso da única terra natal.
- Quanto anos seguiria o cão à espera?

(Fastigado pelo tempo perdido 'paradeiro
sei, assseguro, já ter morrido 'meu rafeiro,
e q'um dia também como ele irei inteiro)


Cito Loio
(Carta do Inácio em formato de poema)

Terminado no dia 20/02/2017

domingo, fevereiro 19, 2017

BUSCANDO NOS CAIXOTES



Quando a voz se eleva deixando florir pela atmosfera um grito de amor, tremem os campanários e calam-se os sinos que na terra maior que o amor de Jesus por Madalena nasceu outro, que vai iluminando as artérias da tristeza com versos que nunca conseguiu escrever.



BUSCANDO NOS CAIXOTES


Sonhava ser seu único cão de luxo
passear de trela ao amanhecer
e num gesto de mágico ou bruxo
transformar-se amant'ao entardecer.


Caminhar descalço pelo jardim
saltar 'muro roubar-lha ingenuidade
e sem que sentisse chegado 'fim
devolver com carícias 'virgindade.


Mas o sonho só teve princípio.
_ a realidade mostrou quanto dura
o amor se dele nunca se foi portador.


Descoberto só haver fim c' incício
trocou os pêlos da amargura
por roupagem tecida com outra cor



Cito Loio
18/2/2017




sexta-feira, fevereiro 17, 2017

Para nós que somos D. Quixotes

quarta-feira, fevereiro 15, 2017

Gesù, Ernesto e Cito


De Gesù Cristo passando por Ernesto Guevara encontro Cito Loio um revolucionário da vida.
Senhores políticos cortem-me tudo mas saibam que as vossas balas comparadas com os projecteis que me feriram são peças de sabão

segunda-feira, fevereiro 13, 2017

Pro dia dos Namorados



Até Ser Maior 








Liberte-se menina, não se acanhe
senão...não há quem a ganhe
e com uma pele tão escorregadia
goze o que de bom lhe oferece o dia

Tire selfies onde a vejam sorridente
divulgando escultural corpo ardente,
mas ant'estranho convite pr'uma festa
pense, nem toda a gente presta.

E como sou um 'Tio' bué porreirão
aviso _ "Não vá com o primeiro galifão 
nem aldrabe data de nascimento

Que após a casa arrombada
trancas na porta é trabalheira escusada,
os 3 não se vão por s'estar ao relento



Cito Loio
9 Fevereiro 2017







domingo, fevereiro 12, 2017

MOCHILAS ALIGEIRADAS

MOCHILAS ALIGEIRADAS

Estalou renovada polémica sobre o que constitui penoso fardo para as crianças portuguesas transportarem as mochilas carregadas com livros de estudo e provavelmente outros que aqui não importa referenciar. Antes de entrar no assunto em si, deixem que vos conte uma pequena história passada em 1967, meio século pasme-se, mas que é inteiramente suportada por verdade.

Certa manhã uma professora do ensino oficial faltou por doença, pelo menos é essa a minha convicção, e a turma acabou por ter uma borla ao último tempo da manhã ou seja o horário das 11,40 às 12,30. Por ainda ser cedo para ir para casa, uns, outros por terem de esperar quem os fosse buscar um grupo de alunos, onde se incluía um jovem moreno a fazer 14 anos, resolveram sentar-se no passeio em frente ao portão principal do Liceu Nacional Salvador Correia, (não lhe puseram o nome de Sá e Benevides sabe-se lá porque motivo e para o caso tampouco interessa) de costas para a rampa onde nas férias escolares se faziam corridas de rolamentos, passeio que se situava do outro lado da rua Brito Godins, e para ser ainda mais preciso a cidade denominava-se naquele tempo dito colonial S. Paulo da Assunção de Luanda, correndo por essa altura um calor agradável a tanger os 30 º, num mês de Janeiro. Palavra puxa sacanagem, coxas da Zézinha eram tão boas como as da Rosarinho, o Eusébio apesar de moçambicano era um gajo fixe, o Salazar um velhadas que não visitava os pessoal da pesada e das picadas, a tropa macaca quando vinha do mato só queria dar umas berlaitadas nas sopeiras, o pessoal entabulou conversação do mais alto gabarito académico ao ponto de se terem esquecido das horas e nem terem dado conta que tocara para a saída do período da manhã. Súbito o ponteiro do relógio da torre marcava 12,50, hora para cada um fazer-se à vida. E tal foi a pressa que nem 30 segundos gastaram para desfazer o grupo e desabridamente marcharem cada um para seu sítio o mesmo que dizer para almoçarem que a fome apertava o estômago não se enchia com conversas sobre metropolitanas infelizes por serem virgens ou com o aço das balas tresmalhadas numa verso que ninguém ligava patavina e que consagrava as “malhas que o império tecia jazendo morto e arrefecido o menino de sua mãe tão fenecido como o filho da prostituta do bairro Operário.
O que tem esta história de interessante? Nada, a não ser que um deles, banhava a noite o jardim da vivenda quando se dá conta que não tinha os livros que levara para as aulas desse dia, lembrando-se que os deixara depositados no asfalto junto ao lancil do passeio onde estivera em amena cavaqueira. Ir buscá-los nem era bom pensar até porque seria quase impossível justificar familiarmente a razão de necessitar sair aquela hora da noite e sabendo de antemão que o pai não ia em conversa para boi dormir nem em poemas de puto revolucionário e por resolveu esperar que o novo dia amanhecesse, não chovesse durante a noite e fosse o que a sorte ou o azar ditasse. Espanto ou em tanto os livros estavam exactamente no mesmo sítio, intactos, e o nosso jovem concluiu que ninguém estava interessado em carregar aquela gaita. Afinal a cultura era importante mas tinha Conta Medida e sobretudo Peso.

Rememorada a história e esse meu amigo safado, compreendo hoje e de certa forma preocupações adicionais de pais e experts em matéria de saúde infantil até porque ainda me recordo daquele tempo de estudante em que a maior parte do que aprendi dos livros só serviu para reconhecer que muito do que continham era uma maçada e que mais tarde viria a ser alterada, umas vezes por constituir um disparate, outras porque, ultrapassadas no tempo, verificara-se serem literalmente erradas, não se colocando todavia em causa a formação dos professores nem os terem mandado repetir os estudos e os exames efectuados ao longo da sua formação académica, aliás o que hoje em dia acontece, ou seja, um sujeito tira um curso a escrever Perspectiva e depois, pasme-se, diz que não é assim que se deve escrever e vai daí elimina um conjunto de letras e símbolos indefesos da nossa forma de colocar no Papel ou Material Informático topo de gama o que pensamos ou dizemos.

Retomando todavia o tema das mochilas a verdade é que de facto aquelas devem estar pesadíssimas a ver pelos boys que as carregam e levam as calças ao fundo do rabo tal o peso sobre as costas, e as niñas sorridentes, arrastam-nas pelo chão empedrado ou fazer sobressair o peitinho afim de compensar a perda de equilíbrio provocado pelo peso adicional à retaguarda, sendo contudo bom, recordar que as ditas mochilas já estiveram mais pesadas, isto antes de os intelectuais da literatura editorial/gráfica terem retirado um conjunto de pesadas consoantes e alterarem a ortografia duma língua que não lhes pertence beneficiando do beneplácito dos nossos governantes. Porém, como sou a favor  da saúde pública e eterno defensor das crianças, valores fundamentais para o futuro do país e da humanidade, e para ajudar os governantes a resolverem a problemática criada sobre o peso excessivo das mochilas deixo aqui uma sugestão.

Após retiradas as consoantes surdas, os p e c das palavras acabe-se também as verdadeiramente mudas, ou seja, as que colocadas no início das palavras não alteram a fonética; assim passe-se a escrever e só a exemplo, Oje, Ospital, Orta, Otel, Ospício, Irto, Ifen, Aver, Abitar etc, constituindo estas apenas alguns exemplos, e como não podia deixar de ser o H da palavra homem também pode ser retirado pois por cá já vai havendo cada vez menos da espécie sobretudo com H maiúsculo. Somando a estas e num acto de inteligência soberana, os CH passam a ser substituídos pelo X; Fexar, Axar, Paxorra, Caxo, Moxila, Xatice, Xávena etc,etc,etc… e não esquecendo por importante o Xupista, e o Xulo sou a concluir convicto que depois de tirar tudo o que está a mais nas palavras, e aliviado o peso da consciência dos promotores do famigerado AO, as MOXILAS ficarão de tal forma leves que os pais vão ter de colocar pedras nas mesmas para que os “piquenos” não se esqueçam que as transportam às costas. 


Nota final.
Meus caros políticos, não é necessário tirar-se cursos de Governação para se aprender que existem coisas na vida que por tão simples que são não nos ocorrem. Aliviem lá o peso das ditas cujas e já agora libertem de algum peso a mochila dos impostos.

Inácio

terça-feira, fevereiro 07, 2017

Incompetentes


Indignado José Broncas chega junto do seu grande amigo João Elucidado e diz: 

_ Queres ver que por causa de me ter esquecido de colocar a cedilha no C mandaram-me um vagão de Cal em vez de Çal...são mesmo uns gajos incompetentes pá! 

domingo, fevereiro 05, 2017

Acidentes Mortais por Má Governação


Um acidente na VCI, este sábado à noite, envolvendo três viaturas, junto à saída de Francos, no sentido Arrábida/Freixo, no Porto, provocou um morto e vários feridos.

O acidente que, obrigou ao corte de parte da via, criou um autêntico caos no trânsito, com os carros a passarem lentamente apenas pela berma.

Segundo o que o JN conseguiu apurar, a vítima mortal é Maria da Conceição Pina, de 72 anos, residente em S. Mamede Infesta, Matosinhos, que seguia à frente, no lugar do passageiro, de um Volkswagen Polo. 

Já a condutora, filha da vítima mortal, sofreu ferimentos graves. No carro seguiam ainda outras três pessoas, no banco de trás, que também sofreram ferimentos.


...fiquei elucidado sobre a idade da morta mas não a da condutora e, claro que esta noticia leva'me a pensar sobre a historia verídica, de, a partir dos 65 anos (considerados idosos...mas não para a reforma) os condutores tenham de fazer formação.

E questiono-me...

Se pela idade surge de imediato a seguinte questão: Será que os inspectores, examinadores instrutores quando chegam aos 65 anos também vão fazer formação ou será que ficam automaticamente dispensados.

Ou ainda outra questão e que se prende com o facto de, se um individuo tirar a carta com 64 anos terá de fazer formação aos 65 ?

Quanto ao factor saúde que sugerem, cabe aos médicos a decisão de saber se um individuo tem condições de conduzir e se está mentalmente apto para reagir a estímulos externos, ou se entrou numa fase de demência que leva a conduzir em contra-mão. Claro que aos 30 anos e agarrado ao um BMW a deslizar a 200 Km não conta para estatísticas 



Era mais honesto dizer, que como o índice de natalidade diminuiu nas ultimas décadas, haver menos pessoas a tirar carta e dai a necessidade de encontrar uma forma de financiar o sistema.  Para tal bastava dizer aos condutores, "amigos" todos os anos vão pagar X euros para manter estes postos de trabalho.



Serão os Políticos obrigados a fazerem formação a partir dos 65 para conduzirem o pais...
... é  que tem havido muito mais acidentes mortais por motivo de má  governação que por acidentes rodoviários com Velhos de 65 anos


sábado, fevereiro 04, 2017

E vão 6 anos


Escrevi esta coisada no dia 4 de Fevereiro de 2011

Cheguei a casa, depois de uma reunião, e vi que a única garrafa que tinha era de Vinho do Porto. Pois bem: 2 febras bem passadas uma banana, deixei correr - Tito Paris , Dança ma mi criola - levantei o copo com o nectar amaciado das encostas do Douro, pensei nos políticos de todo o mundo e tive uma enorme vontade de rir - quanto dariam para estar no meu lugar!


quarta-feira, fevereiro 01, 2017

Homenageando... Rui Veloso




FORA ENGANO, ACONTECEU


Deu ocupação permutando próprio sorriso,
a alma e tudo o que remanescente foi preciso
para a ver venturosa, para vê-la saudável,
ser seu servo, servindo-a,  ser-lhe prestável
partindo para renovado descobrimento
a terras onde a paz conquistada foi tormento
depois de segura ‘gume de afiada baioneta,
canhões, zagaias, tiros limpos de escopeta
banhando a terra com sangue humano,
que nos mares Adamastor fora puro engano;
_ e sem Índias, sinalização, uso de tabuletas
ultrapassado tempo das velhas ampulhetas
lendo ‘eternidade numa obra sublime
que libertado o espírito chega, comprime
mancha entre rimas desusadas, causa dor,
em cada verso na ausência, vencido o pavor.
- Do infortúnio nasce de igual sofrimento
o poeta, que ganhando lutos no padecimento,
redesenha multicolor a bandeira da traição
palmilhando insidiosas estradas da desilusão.
***
Reaberto os livros que consagram heróis
transmutam ‘deserto em campos de girassóis
dão renovado sentido à velha literatura
versejando a honra no convívio com a loucura
cada sílaba das palavras que não disse
colocado em escrito o que outrora se predisse.
- Civilizado bardo traz ao palco da nova ribalta
líricos olvidados pela ignorância duma malta
que fez da pátria mãe mercado de interesses
com gráficos estatísticos todos ‘santos meses
vendendo-a (nem sempre) pela melhor oferta
deixando franqueada sempre ‘porta aberta
à rapina, a troco apenas de uma segurança
que só deles (dos inimigos) merece confiança
atirando à desgraça porção de um povo
a soldo de idealismos e tretas sem louvo.
- Acorrentado à pobreza, eis que novo poeta
vê-se desviado da procura, a última meta,
privado de contender contra francos pesadelos
que engendraram emaranhados novelos.
***
Da tristeza em horas de angústia já exaustivo
viu consumar-se de razões tão duro motivo,
dum afastamento com símbolo de repúdio
que testemunhou (por fim) não ser só dúbio
mas bem real os pergaminhos da pobreza
que nem todos ‘nobres vindos são da realeza.
- Esperando chis duma ausente em dia de anos
desencantado com ‘selvajaria dos humanos
do alto da escadaria ouvia concertos de Chopin
lendo Bernardo de Claraval e histórias de Batman,


heróis que acreditava trazerem-lha acalmia
ante relâmpagos que mudavam a noite em dia;
_ agarrado ao travesseiro, tremia confundido
aniquilando sombras do tecto, emudecido,
sonhava ser órfão duma história mal contada
acreditando afinal ser a mãe dedicada fada
bem fazente nos países dum planeta distante,
e querendo, ao estalar dedos viria num instante,
cobri-lo de beijos igual ‘qualquer outro amigo
em tempo de medo, ele sem encontrar abrigo.
***
Crescido viu serem contos ideadas invenções
colorindo ‘época dos jogos em quedes e calções,
sem regras escritas, árbitros, tendo como juiz
o que garatujava nas lousas do colégio com giz.
- Montou o cavalo alado procurou o ‘arquê’
derruindo ‘alma  vacilação do dogma do porquê
e sem se importar com a ideia contemplativa
observou-se ‘auriga’ moderador sem divisa
que só o que se vê terá por base definição
e ele nunca vira, nem por analógica colação.
- Sentiu a ausência de si, sem corpo sem forma
ginete desventurado que se não conforma
escrevendo no íntimo ampliadas parábolas
oponenciando-as com conhecidas rábulas;
_ sem achar para ‘desventura lição harmoniosa
vê que nem sempre a melhor pureza é rosa
a falha da ‘anámnesis’ dita a impaciência,
e a temperança refreia renovada imprudência.
- Liberto de uma ideia quase ‘estamentária’
rechaça antagonismos vindos de gente pária,
e um dia, percebe ser a métrica passageira
mais que a dor; _ desta desconhece fronteira!

***
Fechados ‘cadernos duma sapiência académica
assume-s’em verso contrapondo com métrica
razões que à razão não assiste fundamentação,
o pecado original transita da filosofia à religião
e perde-se na mestra arcádia do quotidiano;
- Que mor acepção para todo o desengano?
- Rasga-se-lhe a castradura da indiferença,
pinta a negro ‘revolta, muda a cor da crença
e sem anuência confecciona novas balalaicas,
arremessando balas de tinta às concepções laicas
que o amor é trevo com pétalas ressequidas
e a esperança mortalha de quimeras fenecidas.
- Finalmente percebe sentido de ‘flatus vocis’,
jornadeia com estranhos por distintas polis
e encontrando substituta para veneração
retira as ligaduras que amordaçam o coração,
arruma a melancolia num lugar de garagem,
despede-se do passado, compra viagem,
sem reparar que o bilhete fora perdido na rua
duma cidade distante sombria, quase nua.



Cito Loio
19 a 20/9/2015









Arquê = (princípio)
Auriga = (comando)
Anámnesis  = (recordação)
Estamentária  = (por classes)
Flatus vocis = (palavras ocas)
Polis = (cidades)

 
Web Analytics