terça-feira, agosto 02, 2011

Queria ser como ele, saber dum rio!



Queria também saber do meu Rio, do meu Mar, onde me perdi tão jovem, guardando dentro a cor do sangue. Queria voltar a sentir o seu odor, estremecer ao seu riso, ser eco das suas palavras.

Queria emudecer os seus lábios, calá-la com um beijo.

Queria ser feliz, não voltar a rasgar a ponta do meu lenço.



NO LAMAÇAL DA GUERRA

Dói-me o corpo dói-me a alma
Lágrimas que não escorrem
Afogam sentimentos
Num turbilhão d’hesitações
Trazendo-me o salgado do mar
Dum mar onde já não me banho
Lavo os desejos de te tocar
De te ter, apertada ao peito
Peito que de dor, já se encolhe

Dói-me, pela saudade do teu riso
Fluidos’sons de uma ternura
Que não te pude dar
Perdido na voragem da selva
Onde com desespero
E restos duma ilusão herdada
Cego, rasguei o ventre
Que agora quisera recuperar
Para servo, aos teus pés cair

Queria saber do teu rio,
Que o meu secou ainda jovem
No lamaçal de uma guerra
Aniquilado’o ciúme no final

Queria saber do teu mar
Poder perder-me nas tuas’ondas;
Queria, e ainda te quero.

Cito Loio
(intemporal)

Sem comentários:

 
Web Analytics