Poque o tempo se fez velho...!
POR CÁ ME QUEDAREI!
Cortei resistentes cordas de sisal
Que me prendiam a uma baía já insegura
Rumei sangrando a este Portugal
Antecipando’a idade por demais madura
Lá, deixei a alma ladeada por Acácias
Desde o Colonial à velha Maternidade
Escutando na chegada, falácias
Justificando o que não era verdade
‘Milhares de milhares’ em debandada
Gritos, turbinas de um avião
Balas soando na superfície zincada
Apontando, que frágil é o coração
Agraciado pela intrépida eloquência
Em quadro negro, gizei vida nova
Varrendo toda’ minha inocência
Fechada num baú que se não renova
Trinta, quarenta! – Dói a efemeridade
Cruz de lata em campa rasa
Ao escutar tanta asinina celebridade
Culpada do sonho mudar de casa
Caminhando volta’ dor que s’enfrenta
Revivida novamente a vil traição
Reconhecendo que a morte, lenta
Banira do vocabulário’a palavra’acção
Tomei das cordas a ponta’enegrecida
Desafiei o tempo, que já não regressa
Junto a uma costa, por’ondas, batida
De um Atlântico que me atravessa.
Cito Loio
(Intemporal)
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