De África à sepultura
20:01, liguei o PC para começar a passar para o formato informático um poema que fui construindo desde as 11:00 arrastando-se pela hora da fome, (o almoço que não comi), e um bate bolas nos campos de ténis do Monte Aventino com uma ex atleta e amiga, e digo amiga de verdade, Catarina Almeida, junto a Maria João corrigiram tecnicamente a teoria economicista que está vertida no romance Uma Persiana Na Janela
Dolorosamente, durante 9 horas fui colocando na sebenta um poema difícil, que trespassa as sociedades modernas, e de alguma forma constitui um grito de revolta contra a indiferença daqueles que deviam proteger os mais desfavorecidos. Fome infantil Cerca de 5 a 20 milhões de pessoas falecem por ano por causa da fome e muitas delas são crianças. Pelas que morrem diariamente por negligência e interesse dos homens, este Poema é deles. |
NATAL NEGRO Simples, gestos a correr com pena Escritos, olhar preso no infinito Retrato de coche sem qualquer rena D’um Pai Natal sem barbas, aflito Desespero, dá estrelas por prendas Retirando-as do céu ainda cintilantes As mesmas q’embelezaram lendas Hoje tão actuais como o foram dantes Mas menino negro não quer ofertas Apenas água, e que a terra a tome Longe de gritos falsos de certos poetas Pois n’agonia, só o vazio consome Ao regar com lágrimas, valas abertas Onde logo tombará morto à fome | |
Cito Loio, 26 Julho 2011 |
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