ESPONDILOSE...?
NEM FRUSTRADOS NEM BASTARDOS
Despedem-se da pátria onde
se repetem
Beijos sentidos, densos
abraços
Igual angústia, nas costas
o aço duma faca
Mil e um sonhos, quantos
desfeitos!
_ Avó velhinha q’ já nada escuta
Não imagina os que partiram à luta
Por mares muito antes navegados
Hoje, quase todos envergonhados
Vão longe onde baixo o sol
se derretem
Cavada a mesma terra,
outros braços
Encontrarão negros
sorrisos, n’ antiga mata
Diferentes perigos,
similares trejeitos
_ Mãe ausente, que já não falas
Será chegada a hora de fazer as malas?
Partir, ficando de novo exposto
Mostrando a dor gravada em curtido rosto.
Não levam crucifixos,
palavra de Deus
Gravada vozes, telefone de
casa
Número da conta, e uma foto
de pose;
Passagem paga, de ida e com
volta!
Ó minha ama, aí onde descansas
Nunca verás estas tristes andanças
A família que desespera enquanto aguarda
Mediana transferência; não tarda!
Terão no regresso o mesmo
ar de plebeus
Do passado fazendo tábua
rasa
Na velhice mostras de uma
espondilose
E no olhar! Silenciosa
revolta.
Cito Loio
13/14 de OUTUBRO 2011
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