Inverno no Outono...!
Estamos no Outono mas hoje fez
Inverno em Portugal
Em 1975 a 11 de Novembro,
assistia ao Enterro dum Império com a entrega de Angola ao MPLA;
definitivamente o Povo português através dos seus governantes reconhecia não
precisar das províncias ultramarinas depois de 5 séculos, 2x e meia mais que
o tempo em que os Americanos estão no Continente (chamado americano!!!)
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36 anos depois, assisto a outro enterro, desta vez ao da DECÊNCIA, e que passa, na TV (eu vi e ouvi) pelas declarações do PM em resposta a comentários feitos legitimamente pelo mais Alto Magistrado da Nação Portuguesa, Sua Ex.ª o Senhor Presidente da República, quer se goste ou não dele. (pessoalmente no like) |
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Não há tradução, nem
ninguém me venha com conversas que... bom não era isso que estava
subentendido nas afirmações, as expressões e palavras devem ser analisadas no
contexto, ou sejam lá que justificações se queiram dar, a verdade é que o PM afirmou
que o PR era:
INTELECTUALMENTE
DESONESTO, E IRRESPONSÁVEL.
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FUNERAL DUM IMPÉRIO
Sem tiros, um bruaá nas
ruas cenas d’ alegria
Engalanava-se o povo em
alamedas de festa
O hino passara a samba, ‘tanta
gente pá’
Venham mais cinco ter c’ a malta,
amigo vem
Que matámos os vampiros em
vila morena
Fascinam-se os filhos da
madrugada, fantasia
Sem distinguir o ruim do
que não presta;
Gritos! Camaradas proletários
ao poder, já!
Com abraços e beijos;
afinal tinham mãe
Ao contrário doutros, q’
viviam num dilema
_ Não há farra que sempre dure
Caramelo que não derreta
Broca que chão não perfure
Aldrabão que não conheça peta
Longe nascia o medo trajado
de insegurança
Desconhecedor de reformas
sem cautela
Tanto mar pá! – Ó Chico nem
ideia
Das enxurradas de lágrimas,
chagas sentidas
Por pais avós, até cães na
ponte da debandada
Esfregavam as mãos por
encherem a pança
A sua revolução não fora
uma balela
Diferente vê-se d’ antiga guerra
da Crimeia
Mas as forças do mal foram
batidas!
_ Rompia uma nova e muito
estranha alvorada
_ Uns bailavam, outros, certo q’ não
Partindo discos, abaixo o fado
Que nascia duma velha, nova nação
Kalinka! Todos despiram o fato
Cresciam nas boîtes as crianças
ao desatino!
Morrendo milhões numa África
selvagem
Sem arquitectura, ao construíram
uma ponte
Destruíram os pilares da
fraternidade;
Gritou-se, ouviu-se, morte
ao colonialista!
Nem todos tiveram análogo destino
Consumidos na inusitada e sórdida
voragem;
Liquefazia-se o alcatrão esgotada
a fonte
Graves insultos e morte à
solidariedade
_ Vai prás tua terra – séus
bráncô faxista
_ A terra é tua por milhões de anos
Mas nunca te dirão ou saberás
Quantos e sangrentos enganos
Enclausurará a história, por detrás!
Sem lágrimas longe dos cenários
da guerra
Traiçoeiros despedaçavam o cordão
umbilical
Que ligava tantos séculos
de história
Um povo várias lingas duma incómoda
nação!
De nada adiantando batalhar
com afinco
Contra vontade de parte do povo
português
Turvava-se o céu caía a penumbra
na terra
Disfarçada nos acordos,
venceria o mal
Catapultando gente p’ uma miséria
sem glória;
Século vinte dez de Novembro
de setenta e cinco
Falou-se do grande Império,
pela última vez
Cito Loio
2011/Outubro
(intemporal)
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