NEM HINO NEM BANDEIRA
(Poema
a Schi e a todos os que lutaram por um país novo sem poderem cantar o hino e
içar a bandeira na própria terra)
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SEM BANDEIRA AO MASTRO
Nas vibrações da ventania,
quando calha,
escuto ténues gemidos em
plena batalha
um olhar molhado de rosto
suplicante,
findo o sonho num aceno de
amante.
- Ruído o muro na
fronteira sem ser país
perdi da terra, perdida
ela, nome e raiz.
- À deriva sem carta de
timoneiro, em luta
cantei enlutados pregões
q’ ninguém escuta
evocando de Jesus Cristo a
ressurreição,
sabido que da tumba rasa
revolto o chão
não s’ergueria apaziguando
meu sofrimento
quem por mim dera a ‘vida
em juramento
Ó lamentos meus com
registo imaginário
esfumem-se na poeira do
tempo q’ temerário
rodei secreto por campos
de angústia
aceitando por novo ter-me
faltado astúcia
numa guerra que só por
suposta era minha
ao desconhecer as traições
que continha.
- Sob o céu estrelado
ainda vejo fenecer o astro
sem acordes hoje d'hino
ou bandeira ao mastro
Cito
Loio
(1973,
recuperado em Setembro 2014)
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