Paxi Ni Ngongo
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UAMIÊ .
Rasgado no horizonte, foi o céu Por um voo gizado e alucinado Da ave que em plena liberdade Desenhou o mais belo mapa De uma terra por mim esperada Um solo que era tão sagrado Tão calcinado pelo quente Sol Quente dum quente tão Tropical Queimado estropiado, regado Lágrima vertida incessante sofrer Dos anos e anos de duro afazer És a África, máquina diabólica No crescimento, se contínuo Derrame da esperança contínua Perdida numa luta e no luto . Ó mistificações de teus credos Ai vida, ai meus amores, quero Esvoaçar-me no teu céu matizado Grávido de azuladas nuvens Percorrer pontos cardeais Brotar contigo os milheirais Ver nascer despontando cereais E estatizar-me no branco alvo De sublimes algodoeiros em rama Anichar-me e ver o que tramam . Ó qual desenho arquitectónico Estonteias, perdida uma alada ave Que a pleno voo s’entrega atónita Ao resplandecer assaz áureo De um despontar já em vida Do desenho mais belo, virginal Desta marginal terra bordejada Coberta em espuma enternecida . E se bastar és África terra querida Angola, chão de alma amiga Meu povo, minha casa querida Ou apenas, carne minha! Cito 18 de Outubro de 1974 |
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