Esta minha morte está perto.
Ofereço-to Adolfo, para te lembrar que ao esqueceres o “InaCito” tiveste no “reflexo” o teu próprio “poema”!
Ao meu Pai desculpo, não ter percebido que o filho nascera revolucionário. Aos meus amigos não desculpo nada, pois tiveram o tempo e a forma de me conhecerem
Não desculpo as minhas mulheres, porque ao dormirem comigo tinham a obrigação de sentirem as minhas mais íntimas fraquezas.
Aos outros, perdoo-lhes quase tudo, menos a traição.
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Poema Reflexo
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Este é para ti, Maria, Kim, Marta, Anabela, Diana, Paula, Lila, Zé, Gui, Mariana, Sandra, Luísa, Fátima, Anneta, e todas aquelas que perdi o nome na estrada da vida. | | |
I .. Um sorriso, de olhos rasgados igual ao de outra qualquer criança foi-se perdendo no tempo, agastado pela dor sofrida que a todos amansa. .. Ficou desse longínquo tempo o doce sabor da meninice das lágrima sentidas , do lamento das lutas infantes e da pieguice. .. Eram tempos de soltas gargalhadas correrias sem fim e sem cautelas brincadeiras comuns ,despreocupadas que pareciam quadros “em aguarelas”. .. As cores vivas brilhavam nos olhos o suor rasgava campos de alegria semeados com amigos, aos molhos faziam de cada noite um claro dia. .. “Oh! vida como és confusa Oh! vida porque és tão avessa Oh! vida não sejas obtusa Oh! vida não sejas travessa.” .. Tempos que não se perderam na memória que saltando, ligeira , como pardais avivam a saudade de tantas tramóias que nos fazia quem sabe a todos iguais; .. Ficou tão marcada a diferença desses momentos de gratitude quando indefesos, da voz que lamenta sentimos perdida uma juventude. .. E foi-se o corpo tornando homem e a vida plantando espinhos deixando avivar fogos que consomem a doce recordação de ser pequenino. .. Pulando do tudo para a realidade mergulhei nos rios da incerteza deixando para trás pálida castidade a jazer bem perto, da minha pureza. .. “Oh! vida como és confusa Oh! vida porque és tão avessa Oh! vida não sejas obtusa Oh! vida não sejas travessa.” .. Tornei-me grande ou pobre coitado ave agoirenta sem eira nem beira pois a vida trouxe-me outro dado jogado no meio de tanta asneira. .. Fiz pecados imensos sem humilhação rasguei propostas bem apaladadas cruzei os caminhos da perdição mas não me perdi nem fui julgado. | II .. E a meu modo , fui crescendo entre as ruas de terras bravias que delas! Nem nada lamento e que guardo seguro em cada dia. .. Gastaram-me, e tanto me gastei na vontade de querer um só pedaço do ventre que gera e dita a lei e coloca em cada ser um fino traço. .. “Oh! vida como és confusa Oh! vida porque és tão avessa Oh! vida não sejas obtusa Oh! vida não sejas travessa.” .. Fiz-me homem , pai verdadeiro do sofrimento obtive muletas dores cortantes momentos derradeiros e “ pensares “ metidos nas gavetas. .. E saltei de terras, e por cidades calcorreei avenidas de enganos caí desamparado em tantas ciladas que ganhei cicatrizes, cabelos brancos Quis mesmo assim amar terceira vez e do novo amor ter outra certeza não como o de Pedro por bela Inês mas um meu, e sem incertezas. .. E quis num sonho ,que voltasse a ser embalado nos braços e incógnito saber que o durar ,era de temer mas que fosse belo enquanto sóbrio. .. “Oh! vida como és confusa Oh! vida porque és tão avessa Oh! vida não sejas obtusa Oh! vida não sejas travessa.” .. Fui viajando pelo pensamento inventando os segredos que podia e jogando xadrez com meus sentimentos pesei o que ganhava ,enquanto perdia. .. Poetizei tanto, e sem validade gozei comigo meu mordaz descaramento deixei perceber ,grosseira vaidade ao não hesitar um só sequer momento. .. E, cansado ,e com a vida a fugir parei no tempo só para descansar concluí, que a vida não é a fingir e o tempo mata a vontade de amar. .. FIM .. Sou um revolucionário da Vida e esta é a “música cantado” do meu poema escrito, Cito Loio. |
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