quarta-feira, julho 07, 2010

Touradas...

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Este País está de pantanas...

Casualmente dei uma repassada pela canção do Fernando Tordo no festival da Canção em 1973, e tirei quaisquer dúvidas sobre o facto de, já nesse tempo, haver democracia, podendo-se até cantar perante a TV uma Torada com cornos à mistura.

Claro que este tema estava 37 anos avançado na época – percebe-se hoje ser mais verdadeira a simbologia temática da letra, sobretudo quando se diz que vamos pegar o Mundo pelos Cornos da Desgraça, e que entram Aldrabões aos Montões, Empresários Moralistas, e Banqueiros da treta que têm lucro aos milhões – e diz o Inteligente, e com razão, que de facto se acabaram as canções.

Onde estão os cantadeiros da liberdade desse tempo? Meteram os estribilhos na bunda e calaram perante a democracia que apregoavam! Agora já não há baladeiros que contestem a notícia? Claro que não importa ter um Povo faminto, desde que tenhamos democracia miserabilista!!!

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Claro que toda esta introdução serve para ilustrar a pouca vergonha que grassa no Portugal moderno, porque, aquando da notícia sobre a saída do senhor Armando Vara do “seu banco”, fiz uns comentários gozados dizendo que, ao continuar a auferir o vencimento evitava que aumentasse a despesa da Segurança Social no que respeita ao fundo de desemprego.

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Na verdade não achei piada nenhuma à notícia, começando ora por dizer ao senhor Sócrates que amizade tem limite hora e dedução e é hora de se afastar de quem não presta e começar a passear de braço dado com quem o elegeu.

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Inaceitável é o argumento invocado pelo banco, segundo me constou, justificando a continuidade do “pagamento do vencimento” para evitar que ele, Vara, vá para a concorrência, como se, quem eventualmente andar metido em negociatas escuras ou tráfego de influências tenha pudor que impeça traições a favor de quem mais oferece – assim, se o senhor Vara está incólume não havia razão para apresentar a demissão prejudicando a entidade que tão irrepreensivelmente servira.

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Ora acontece que com esta decisão de pagamento de vencimentos a quem já não trabalha para a entidade patronal, tornam inadmissível, incompreensível, e um insulto à inteligência dos portugueses – é a derrocada do princípio do respeito pela pátria portuguesa composta por homens de todas as cores credos e ideologias políticas – ou será que quem o vai substituir o fará gratuitamente! Pois se assim não for o Banco pagará dois “ordenados” para o mesmo cargo!

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Não consigo compreender a atitude passiva dos partidos responsáveis pela governação e pela lei, incluindo a oposição, num momento em que se pede esforços a todos, se tenta mandar para a miséria milhares de cidadãos, baixar o subsídio de desemprego, condicionar o rendimento social de inserção, se aumenta o IVA e se “amanda” com uma golden share (penso ser assim que se escreve) para salvar a PT das mãos estrangeiras, aceitar por parte de identidades que em momentos de crise recorrem aos bons préstimos do Estado, decisões como as que fizeram correr tinta.

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Evidente que não quero que o senhor Vara fique desempregado, pois já chega os que estão nessa situação, mas quem se despede ficar a receber o vencimento é no mínimo uma decisão de crápulas. Só falta direito a férias (estando desempregado) e subsídio de produção!!!

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Tourada não era com certeza no tempo de Marcelo!

Tourada é o espectáculo que agora se assiste através dos políticos e nem preciso é, um Redondel...

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