DESTINO, VALA COMUM
Homenagem
A todos os
que se viram remetidos ao esquecimento por parte dum povo que a eles deveu a
subsistência durante décadas de um chamado Estado Novo, e que, de armas em
punho defenderam a honra duma raça tão miscigenada quanto confusa foram/são as
razões da queda do Império.
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Entráramos
em Janeiro de 1975 e ao entregar a minha G3 (uma das que faziam parte da
especialidade de Armas Pesadas de Infantaria) no depósito de armamento o
soldado perguntou se queria ficar com ela respondi: «Guarde-a, pode ser que faça
falta a algum Movimentos de Libertação»
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DESTINO, VALA COMUM
Chuva de
Inverno a humedecer Agosto
trazendo
tempo cinza sem trovoada.
- Voavam
gaivotas vindas do mar,
cresciam as
ondas salpicando a estrada
e
refugiando-se Tristão Lobo sob luar.
calcorreava
ruas investido de desgosto.
Que amor de
fora, fora que o marcara!
- Andarilho,
mostrava os dedos dos pés
pelas solas
rotas das botas de ex-militar.
- Mais um de
entre milhares de Zés
que deixara
sem fotos Madalena ‘chorar;
_uma mais
que a prostituição condenara.
E o Lobo,
sob uma escada de incêndio
limpa a
pistola que um dia roubara;
_ no
carregador balas; _ disparo só um…
Fazia-se na
madrugada absoluto silêncio
ignorado o
que há 50 anos guardara.
- Jogara-se
o indigente à vala comum.
Cito Loio
Desde Agosto de 1975
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No creo en Dios pero elle si… lo creía
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