Ao meu pai
Outubro é apenas um mês com uma indelével marca a pranto.
Este é o meu poema, uma pena de 60 anos, a homenagem a um Homem contra quem sempre lutei talvez por nunca ter compreendido os seus Lutos e ele nunca desculpabilizado as minhas Revoltas.
Ao meu pai quero, 20 anos depois da última oportunidade que tive para lho confessar, aqui, perante o Universo atestar:
Pudesse e morreria para que ela não tivesse morrido e se minha morte servisse teu consolo, com ela trocaria a campa
HIROXIMA D’OUTUBRO
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Deixou-te
Outubro dura sequela
sorrisos
com investidas d’agonia
um
grito ante encerrada janela
vendo
doce amada que se perdia
Servisse
a vós ser minha a culpa
matar-me-ia
para que renascida
limpasse
ela esta dor que se avulta
e
em ti renascesse segunda vida
Quis
a mãe natureza, contudo,
que
da essência guardasse tudo
trucidada
alma forma de padecer
E
quando sob acusações, mudo,
ficou-te
por reparar, simulado luto
e
o que dura este jeito de sofrer
Inácio (Cito Loio)
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