Vendo-me restos de Hiroxima
SEM
ODES A HIROXIMA.
Pai, que
saudades já sinto
das ondas da
nossa baía,
rebolar na
erva do quintal
abraçado ao
nosso cachorro;
_ vestir a velha
capa de zorro
de espada desferir
um Z,
gritar corre anda
ver, vê!
- Pintar o demónio
com cal
segurar o trovão
que não caía
sobre o
telhado de zinco.
Pai visses soidades
q’ guardo
tantas mesadas
imerecidas,
ao empandeirar
notas do liceu,
do escárnio à carga
policial
última peça em
cena teatral
lágrimas revoltas
contra bastões
fardas
vestidas, aldrabões.
- Lê comigo,
que o poema é teu
versejando
sobre ‘tuas feridas
eu, cumulando
pesado fardo
Pai já deixei
de ser menino,
e só, carrego
meus enganos.
- Porque não
me deste ‘foguetão
sabendo não
seres eterno!
_ eu desceria um
dia ao inferno
pesado na
balança da tristeza
e de minha mãe
a incerteza
se faria
plagiando ‘imaginação
castelos na
areia, «vamos
tocou que já
na igreja o sino»
Pai! é o fim que
já se aproxima.
- Perdoa a
outrora ignorância.
…
Pai, já calei
odes a Hiroxima.
- Da mãe!, resta-ma
fragrância…
Cito Loio
Sem comentários:
Enviar um comentário