sexta-feira, janeiro 15, 2010

O que resta...

Na continuidade do artigo anterior, é com muita pena minha, o voltar a postar sobre ténis, mas “but”.......

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...............As programações são da responsabilidade de quem as promove – no entanto Australian Open não é um torneio qualquer; é um Grand Slam, dá mais dinheiro e mais pontos, e acima de tudo mais prestigio que as provas menores.

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É expectável que as jogadoras para além da preparação curricular de treino, façam também, e especificamente, preparação competitiva em torneios menores, que (para além de darem tb € e pontos) permitem analisar como “estão globalmente” e fazer alguns ajustes – acresce o facto particular deste torneio se situar no arranque da nova época o que leva as jogadoras, quase todas, a competirem oficialmente antes do AO, incluindo atletas como Serena, Justine, Kim, e tantas outras.

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Claro que há jogadoras que lutam pelo título e outras têm consciência que o pódio está fora de questão, mas mesmo assim...

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Evidente que neste particular, os torneios profissionais, a FPT não é tida nem achada, mas o mesmo já não se passa em relação aos apoios que dá às jogadoras que participam nas provas por equipas de nações, Fed Cup, cabendo-lhe por razão de quem paga o direito de saber se as jogadoras têm bem ou mal programado o seu calendário de provas de forma a estarem a 100% quando vestirem as cores nacionais, exigência extensiva aos homens too.

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Esta atitude é exagerada, e é pedir muito da FPT, sabendo-se da qualidade dos seus quadros técnicos, mais vocacionados para o Padel e Ténis de Praia, (logo 2 modalidades que a TE Trophy nem sequer contempla quando classifica os países.) e para o ténis Sub 8 e 6 anos.

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Durante muitos anos uma das queixas correntes que se escutava pelos corredores do palácio do Jamor, com eco na lamúria paternal, era o facto dos nossos atletas competirem pouco “lá fora”, argumento que se poderá manter, só contrariado quando pesquisamos os sites internacionais e verificamos o número de torneios em que cada jogador participou – provavelmente serão quase os mesmos que os do país vizinho, com a diferença que eles jogam noutro campeonato, num mais competitivo, e foram considerados a maior potência do mundo na variante de ténis profissional.

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Quando me candidatei à Presidência da FPT tinha projectos, levava comigo gente sem vícios, competente e com provas dadas nas suas empresas e na vida em particular, a maior parte com fortes ligações ao mundo do desporto, e a garantia que apoiariam a intenção de encontrar com competência mais que reconhecida no mundo, para ajudarem a edificar a 4 anos uma Federação com qualidade no mínimo europeia, e deixar o caminho aberto para no mandato seguinte se pensar em voos mais altos

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Joguei forte, querendo que a FPT voasse alto; joguei para chegar ao TOP, mas as Associações preferiram uma Federação atada e subjugada aos interesses particulares de 3 ou 4 cavalheiros, elegendo uma direcção de personalidades certamente com competências mas não no mundo do desporto e muito menos no ténis. Com a sua decisão garantiram os dinheiros e os seus projectos, muitos deles sem qualquer relevância no panorama nacional. Preferiram uma Federação caseira, com técnicos a quem basta girar por uns torneios de quinta categoria, preferencialmente de miúdos, para poderem dizer,” ainda estão em formação”.

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Na verdade todos estamos em formação, e no ténis em particular, desde que em Portugal existe a modalidade; contudo, era de esperar que pelo menos houvesse a ambição de tentar subir ao topo da montanha, proporcionar inolvidáveis momentos de alegria vendo os nossos atletas vencerem o Estoril Open ou porque não, o torneio Internacional de Veteranos no Algarve.

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Encetara já contactos com técnicos no estrangeiro para colaboraram com a “minha direcção”, de acordo com um programa progressivo e continuado, tendo em conta os “talvez” parcos recursos que ia encontrar na federação. Era e é gente credível, com mérito.

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Muitas vezes a cobiça e os interesses inconfessos levam os dirigentes a tornar a vida dos outros um inferno, a preferirem conviver com a mediocridade desde que isso lhes traga mais valias, muito dinheiro, riqueza – é uma atitude comum nesta cultura mediterrânica, onde a inveja impera e a mediocridade tem coroa, não de Rei mas de dirigente.

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Eles continuam a governar, os pais a olharem para trás e verem que aos filhos resta a faculdade e um emprego que lhes dê segurança no futuro. Depois dos momentos de tristeza que passarão, partirão para outra modalidade, ou desligar-se-ão definitivamente do desporto, sem nunca terem a coragem de exigir responsabilidades a quem quer que seja.

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Em relação ao Rui Machado, ele sabe quem sou, conhece-me bem, sabe a amizade e o respeito que tenho por ele.

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Quanto a Neuza Silva, nº 176 WTA, (não me atrevendo a utilizar o termo “modesto lugar” a uma atleta a caminho dos 27 anos), a vida ensinou-me que as rasteiras estão nas lesões, na sacanagem que fizeram a certas jogadoras, e sobretudo no virar de cada sorteio – desta vez calhou em sorte uma ex top 20, Eleni Daniilidou, grega, outrora 14 WTA e a caminho dos 28 anos.

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Da Michelle Lacher de Brito (perdendo perante a modesta bielorrussa Ekaterina Dzehalevich, 172.ª WTA) – comentário do jornal Record a uma atleta com 24 anos e que tem como “goal” top 50!!! Tenho pena da prestação da Michelle no Australian Open, sobretudo por ser uma menina carregada de sonhos. Faço votos sinceros que o “sucesso” seja a principal marca da sua raquete.

 
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