Paulo Núnco e o caso dos offshores
Caro senhor ex qualquer coisa permita que o felicite relativamente a dois pontos.
1- Ter tido a coragem e assumir o que presumivelmente deve ter considerado erro seu.
2- Apresentar pedido de demissão, algo que nesta sua pátria é mui pouco comum denotando algo que prezo e que se trata da palavra decência
Como de politico deixo muito a desejar ofereço'lhe este poema para que caso o leia possa utiliza-lo como argumento de defesa, não através de 8 artigos mas sim de oito estrofes.
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VALOR DA DECÊNCIA
I
Nasci longe, muito longe,
numa terra que poucos conhecem
povoada c' gente indiciada estranha,
e atravessando, vazio, mar salgado
pintei a revolta c' tinta transparente
optando a nacionalidade em fina risota.
II
Sim, foi muito longe,
e por perdurar esta efémera viagem
esqueço-me do tempo que por lá fazia,
se chovia sobre areais escaldantes
as marés segredavam às rochas
ou s'atenuava dores ao som de batuques!
III
Sem tecto, vindo fiquei,
e soletrando palavras que ferem
vi-me no meio duma multidão tacanha.
- Cuspido neguei-me ser ultrajado
por passado a época em q'era pingente
e brincava aos casais numa casota.
IV
Por desterrado, continuei
abdicando procurar paz noutra paragem
esquecendo quem chegava ou partia.
- Vestidos 'preceito políticos farsantes
percebi-lhes nunca terem usado galochas
mas chegarem acima à custa de truques.
V
Farto, ajuizei-me culpado.
- A podridão não tem muro nem fronteira
e eu envelhecendo desculpava falhas.
VI
Revisitando de novo o passado
como cá, dei conta similar roubalheira
diferenciando-se o apelido dos canalhas.
VII
Desligada 'memória por angústia
tudo perdera e por ganho só 'experiência,
mantendo \nobreza dos nomes q'herdei.
VIII
Mas aprendi 'imenso poder da astúcia
o verdadeiro valor da decência
continuando tão pobre aquando cheguei.
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Cito Loio
Terminado a 27/2/2017
09,00 horas segunda-feira de Carnaval
PERAFITA
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