OS cães do FMI
Perante a notícia sobre o que o FMI e "quer para Portugal", além duma mágoa profunda e impedido de dizer a essa gente , assaltou-me a saudade imensa, (tão imensa quanto a imensidão dos mares antes por nós navegados até que um 25 de Abril veio condenar a bravura de Vasco da Gama ao serviço de El Rei D. João II - 1497-1499) do meu último cão, solto aos ventos no final de 1975 _ um verdadeiro rafeiro sem pulgas direito a reforma ou ordenado pago pelos impostos dos cidadãos deste único planeta habitável, escrevi este profundo lamento, grito íntimo, rouquidão dum brado entoado pelos muceques de Luanda quando de G3 descansada no colo, fazia escusada ronda.
AO MEU CÃO PITADAS
Corri empoeirado escutando ladrares
rafeiro companheiro, inseparáveis,
esperando-me fiel à saída dos andares
após 'encostos' a senhoras amáveis.
Sem resmunguice abanava o rabo
mais lavado do que muita dama de elite
servida por "chofer", emproado cabo,
(a quem às vezes lhes faltava 'apetite).
Vinda a revolução a mando doutros cães
sem abraços de adeus fomos separados,
ele carpindo, eu feroz sustendo 'raiva.
Longe soariam revolucionários parabéns,
entoações de risos pré encomendados,
durando meu luto até que tudo se saiba.
Cito Loio
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