Contra mão
Nunca parei na contra mão ate ao dia que me rasteiraram.
Mesmo assim
mantive as boas maneiras, porque me recordei que...
Construí cidades tendo por pano de fundo sorrisos
de pessoas que não confundo, demonstração de afectos sem maldade, gente igual a mim, idosos, tangendo meia idade pintando quadros com alvas pombas, corando o rosto
com imperceptíveis sombras. Alguns, eram pescadores de barcos sem velas, solícitos
pregadores de coisas belas, carpinteiros com cursos tirados na vida especialistas na busca de comida embaladores de filhos sem licenciatura aguardando o adeus chegada a altura. Crescido, indo por uma rua, ainda na memoria, vi-a
sorridente entre confusa multidão, trazendo pendurada a mala de mão e no andar o
convite que me faltava para poder dizer _ eis o que esperava!. Abandonei por ela deveres escolares, mulheres
ostentando ricos colares, indígenas coroadas com missangas conquistadas nas
inovadas reviangas, e torneando largos que escondiam a paixão desprezei-as ao
querer ir alem do coração. Fazendo-se noite ao rompimento do dia limpo o
rosto por mergulhado na fantasia, dei fé dispensar-se ao céu as queixas, nas
cidades não existirem gueixas, serem as quimeras loucuras de poetas e as costas
apetecíveis alvos para setas
Do Inácio
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