SEM LENÇOS A ACENAR
(Poema dedicado a
ti, que me conheces bem do tempo da Gajajeira)
|
SEM LENÇOS A
ACENAR
Quantos caminhos pra felicidade
vimos transformados em atalhos
ladeados por acácias caducas
ramagem seca, tapetes gastos
orlas de um rio de leito seco
afastada a foz, longínqua 'nascente
Quantas casas deixámos destruídas
tectos que não serviram d’abrigo
num Inverno feito duradouro
entre um Estio de curta duração
Outono de folhas sujeitas à chuva
e uma Primavera a esgrimir flores
Quantos filhos ficaram por conceber
mães que morreram d’antecipação
mulheres incumpridoras de sua sina
com homens prescindindo d’história
Neste canto singelo a tudo choro
Menos às saudades da saudade
pranto guardado para a despedida
sem lenços a acenar, o rosto a sorrir
Cito Loio
(1973,Inácio)
Recuperado Janeiro
de 2015
Sem comentários:
Enviar um comentário