Estranho refém
DE DÉCADA EM DÉCADA FEITO GATO
Em 1974 vestia luto ao envergar a
farda do exército português
Chegado 1984 via-me pela 2ª vez
de luto ao ver-me separado fisicamente do primeiro filho
Em 1994 separavam-me do segundo, enterrava
meu pai, era 3º e 4º fatos de negro pano.
2004 e pela 5ª vez vi-me de preto
em Agosto ao ganhar um processo disciplinar.
Corria também Agosto/2014 e colocava
o 6º fato preto por morte da Ilusão.
Será que em 2024 me vestirão um fato
completo de cor preta! terão mesmo os gatos apenas 7 vidas?
ESTRANHO E REFÉM.
Ó gentes deste vosso meu singular
país
q’ me roubaste ‘ilusão em nha
terra,
saibam desta vossa não ganhei
raiz,
e tão pouco vos declarei a guerra.
A causa vossa carpiu-me vadia
‘alma
dormida sob fotos de defunta mãe,
e corridas lágrimas, por segura
a calma
unívoco sentir-me estranho,
refém.
Repudiando cobranças anos a
fio
dei o q’ de melhor sobrado
conservei;
_ suprema vontade que vos
confio
num carácter q’igual jamais
encontrei
Porém vós, quais meretrizes
da decência
visaste nesta afável e cruel
solidão
um novo Mártir acirrado pela
carência
sem física cruz, mas d’igual
paixão.
E tal Pilatos, viradas as
costas à verdade
assistiram, silente queda
ferido ‘puma,
‘meus passos pela sacra via
da saudade
mágoas cruéis entre aplausos
de tribuna
Cito Loio
(Terminado a 20/8/2014)
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