quarta-feira, abril 09, 2008

O Blog ensina.

I

A
Há muitos anos que pondero a modernização dos processos formativos, e a marginalização de disciplinas que têm contribuído para o empobrecimento do jogo, pois que têm a sua maior valência nas modalidades basicamente focadas no desempenho físico para optimizar valências específicas em detrimento da valência jogo

Referindo a Etimologia da Biomecânica (p 4), e ao aceitarmos que se trata da ciência que procura uma explicação Física e Mecânica de alguns fenómenos vitais, percebemos que a ausência do conhecimento apriorístico destas disciplinas condiciona a sua compreensão num estádio mais avançado, pois não se torna necessário trazer ao terreno a «energia potencial elástica» (p 21), ou falar na lei de Hooke.

Não pretendo reflectir sobre «o curso óptimo de aceleração ou da força inicial» (p 35), ainda «as direcções de velocidades ineficazes e eficazes» (p31) nem tão pouco entrar em «conceitos da Activação Mental» do fórum da Psicologia, em que quando muito seria interessante abordar qualidade do «percepto», a capacidade de Recepção e Acomodação dos estímulos, a memória necessária para Organizar com a máxima fiabilidade a Resposta e a natureza do SNC e SNP que condicionam a figuração do desempenho, nem repassar J.H.Flavell, ou ainda afirmar que, se «A» tende para «B» e «B» tende para «C», «A» tende para «C»…ou não…ou ainda falar numa inteligência sensória-motora evolutiva

Também perante a qualidade esquelética, a tipologia individual, o traço da personalidade, o quadro competitivo a densidade das acções, a ponderação da intervenção da ciência a granel, na definição do indivíduo enquanto praticante ao mais alto nível, deve ser sustentada e equilibrada.

Num JOGO está-se perante «transferência contínua de responsabilidades», na tomada de decisões, razão que leva a pensar para a formação de base ou competitiva um novo formato, que englobe a formação no Jogo e não apenas no somatório de conhecimentos.

Podia por exemplo falar de Berlyne, Fraisse, Mandelbrot, Rustschman Vinh-bang ou Wohlwill, e muitos diriam: Este Adolfo é um “expert”, outros diriam um louco, outros não diriam nada por serem sensatos

Mas transmitir alguns conhecimentos adquiridos ao longo dos anos, como aluno, jogador, treinador, dirigente e formador/prelector e homem, é um prazer e um gozo…

B
Abordemos com simplicidade o Triténis e o Ténis, começando por definir ambas as modalidades, numa apreciação genérica e de ordem meramente filosófica/desportiva
Ténis é um confronto de atitudes e decisões sustentado pela contínua transferência de responsabilidades entre jogadores, no restrito cumprimento das regras.
Triténis é um jogo de equipas num confronto de múltiplas atitudes transformadas numa única decisão em cada jogada, no restrito cumprimento das regras.

Nas duas modalidades, utilizam-se instrumentos/raquetes segurando de forma diversa e tecnicamente definido como “Pegas”

PEGAS E A SUA IMPORTÂNCIA

Todo o «mundo» entende que uma Pega é fundamental no jogo de um «Tri-Ténista», pelas razões que se podem extrair dos pontos seguintes:

1 É o elo de ligação entre o Jogador e o Instrumento que joga (raquete no seu todo), e através do qual se aplica a força transmitida à bola, instrumento jogado.

2 Pela sua natureza condiciona a postura do próprio corpo (pernas pulso joelhos), influenciando o desenvolvimento e enquadramento gestual.

3 É peça fundamental na optimização do movimento e da potência.

4 Pode-se afirmar com segurança que uma Pega que respeite as características cinéticas e biomecânicas está na base de todos os golpes eficientes, face a situações táctico/estratégicas, e mensuráveis na eficácia

5 E é um dos principais fundamentos técnicos destas modalidades porque definem para além do exposto, o estilo dos jogadores, e a partir do qual se modela o padrão de jogo individual, ou na interactividade do processo colectivo a desenvolver.


Independente das denominações que proliferam no mundo da técnica elementar e que não são limitativas nos seus apoios, não se conhecem diferendos sobre esta matéria, daí destacar 4 grupos de referência:

Este de direita (ou semi-continental/semi-este)

Este de Revés”esquerda”/continental (este de esquerda/continental de esquerda)

Oeste/Oeste extrema-direita (Oeste de direita)

Semi-Oeste de direita/ (Este de direita)

Aconselhamento inicial

Num processo inicial da área da aprendizagem/formativa, deve-se adoptar as Pegas básicas para os diversos golpes, mas é de fundamental importância que cada executor/praticante, sinta a Pega nos diversos golpes solicitados e em particular nas mudanças de Pega impostas para as variadas situações em que são solicitados golpes desde a linha de fundo, ou da linha de ataque, ou mesmo em situações de excepção.

No entanto para aceitação das diversas Pegas deve ser numa fase inicial tida em conta as características individuais sem “pró-formas” permitindo que cada elemento aprenda melhor em função de conselhos ou metas propostas.

Mesmo assim apresenta-se quatro (4) conselhos a ter em conta:

Comodidade (enquadramento da chave de mão)

Mobilidade (capacidade de alternância)

Firmeza (bloqueio natural ao impacto)

Sensibilidade (vulgo “feeling”/reconhecimento táctil)

II

Perante a diversidade das Pegas não será estranho propor que cada jogador/praticante experimente diversas Pegas e que utilize aquela que melhor se ajuste às suas características.

Não será no entanto de descartar a hipótese de se conduzir o processo formativo para que os praticantes inicialmente não utilizem Pegas demasiadamente extremadas.

Evidente a melhor Pega será a que permitir optimizar os golpes tornando as decisões não só eficazes como eficientes, de acordo com a anatomia de cada indivíduo e a sua habilidade como forma de transformar uma movimento em bruto num golpe fino, como essência do processo de treino e a permitir que uma equipa possa interagir com prontidão em situações diversas.

Ensino Aprendizagem

Se aceitarmos a individualidade psico/biológica não temos dois praticantes iguais quer em conceito quer em sensibilidade ou qualquer dos restantes 3 factores descritos anteriormente, e por conseguinte dentro da mesma Pega criamos intrinsecamente «margens de erro» ou «factores de correcção» dentro do mesmo sistema, tendo em conta que por exemplo nem todos apertam a mão da mesma maneira, como nem todos temos a mesma linha da vida em cada palma da mão, e os dedos são diferentes de mão para mão, tornando o famoso «V» como um factor de dúvida como forma estanque de ensinar a pegar numa raquete.

Estas variações estão bem vincadas na modalidade colectiva do Triténis, em que cada jogador pode entre duas jogadas executar distintos golpes desde a mesma posição física do campo, ou mesmo fazer alterações de pega na mesma jogada, de acordo com a capacidade de alternar um ataque planeado num ataque rápido ou ataque directo.

Tendencialmente nesta última modalidade, dirigir-se-ão as pegas para o sistema continental mais ou menos modificado.

Três modos universalmente aceitáveis para definir Pegas e a sua forma de ensinar

Este de direita (colocar a palma da mão sobre as cordas, tendo em conta que a raquete deve adoptar uma posição perpendicular ao corpo do jogador e o aro de forma a que se apresente vertical ao chão)

Este de Esquerda/Revés (Relógio a apontar para cima)

Continental (Agarrar um martelo tendo em conta que o dedo indicador deve estar adiantado ao polegar, de forma a que cada dedo da mão exerça a pressão que lhe cabe no cabo)

Cont…no próximo mês

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