SEM CAPUCHINHO
ASSIM COMEÇA A HISTÓRIA DE UM POEMA ESCRITO HÁ 5 ANOS:
Possivelmente, até ao presente nenhum poeta explicou os passos na execução dum poema. Decidi por isso dar a conhecer publicamente como foi escrito este poema que partilho, tendo em nota de título, ASSIM COMEÇA A HISTÓRIA DE UM POEMA:
Entrei no metro, e encostei-me à porta. Na do lado contrário entrou uma rapariga, talvez entre os 20/23 anos e sentou-se virada para mim de costas ao sentido da marcha do módulo. Ao sentar olhou-me fixamente, como se me conhecesse, mas do seu olhar ficou-me algo como ''um senhor bonito'' e ja pelo meu lado pensei, ''esta enjoa''. Acomodada tirou uns auscultadores de telemóvel e colocou-os, olhando de seguida novamente para mim. Senti-me incomodado, peguei no bloco de apontamentos e escrevi qual a sensação com que ficara da rapariga nos primeiros momentos.
Pintou-lhe um trejeito malicioso
Vi-lhe um sorriso traquina,
Imaginou como seria gostoso
Encontrar-me na próxima esquina
Ela, de facto deixava perceber um certo sorriso de troça, olhou mais uma vez para mim, depois para a vidraça do metro que faz de espelho quando nos interessa, e já escrevendo os primeiros veros, reparei que olhava disfarçadamente, quase como se esperasse que me dirigisse a ela e lhe perguntasse, donde vens para onde vais e onde é que se pode encontrar uma expressão tão bonita como a tua!. O cabelo da miúda, porque de tal não passava, fazia-me lembrar a Mia Farrow e entre sorrisos brincalhões escrevi a segunda quadra.
E dois olhos azuis, quase pecadora,
Qual aguas límpidas, virgens seguras
Engalanara minh’alma pescadora
Proprietária d'inimagináveis aventuras.
O metro parou, tinha de sair pois combinara encontrar-me com o meu filho; percebi então que a rapariga falara qualquer coisa com um senhor, possivelmente da minha idade, sobre uma estação qualquer, mas não me apercebi do teor da conversa em si, dando no entanto para perceber que uma vez mais olhava para mim e desta, através da vidraça. Atrevi-me a pensar algo mais do que, ''bom motivo para acabar estes versos e dar-lhe depois um retoque final' e tendo em conta que a menina era de facto bonita e combinava bem com o que me vinha à cabeça atirei para o papel ao sair.
Disfarçadamente disse-me tchau
Finos lábios comprimidos com prazer
Rodar d'ombros quase descuidado
E pensei: Se o meu filho fosse 'filha' a encontrar-se 'comigo' como reagiria eu sabendo que um camelo se fizera ao piso e sentado no banco da estação aguardando a sua chegada terminei o poema
Menina linda, moça tenha cuidado
É tarde, já começa a escurecer
E passeia por aí muito lobo mau!
Quando tive tempo para dar uma volta ao texto reparei não ter colocado título, e como no tempo de criança não gostava da história do Lobo Mau e do Capuchinho Vermelho coloquei em titulo: SEM CAPUCHINHO
Cito Loio
21/02/2011
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