DEBOCHADO ÀS VEZES, POETA SEMPRE
DEBOCHADO
ÀS VEZES,
POETA SEMPRE
Tornei-me um poeta vil e
debochado,
passei a lamber ratas,
mas cuidado,
limpas, que sujas nem
mentes aceito
e nem é por questões de
preconceito;
_ nunca gostei de papas
de sarrabulho
guisados de bacalhau tal
o engulho
cus com remanescências
de cagalhão
lavados em água
estagnada no verão.
- Delicio-me com bocas
sorridentes
fazendo-me broches
evitado os dentes,
alternando minetes sem
polpa de tomate
com jardineiras que andam
no engate,
alcunhado até ser porco
de linguagem
por ladies que em
trancadas de garagem
encornando o amantes com
o vizinho
simulavam orgasmos,
gemendo baixinho
De longe a longe escrevo
coisas sérias,
condenações a decentes
galdérias
para consolo de
meretrizes (…) legais
que se saciavam c’
prontos de generais.
Um dia, se paga esta
obra 'preço de ouro
trocarei o caqui por
casacos de couro
metendo sobeja inveja
aos coirões
que exibem no peito
certos medalhões,
para de imediato e com
dor de cotovelo
dizerem as más línguas
com muito zelo,
“o gajo enriqueceu à
custa dos poemas
desvirginando galináceas
sem penas,
mas quando lhe murchar o
penduricalho
o mulherio fará dele
menino ao borralho”
Ó Poeta quão
indesmentível foi a tua dor
quando ao povo que
foi navegador,
dada a Lusíada
Epopeia, sem paridade,
desposaste a miséria com
dignidade.
- Como tu, porém mais
pobre e cuspido
morrerei sem pátria,
pela amante traído.
Cito Loio
13 a 15 de Feveriro 2105
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