SUJO PELA INVEJA....!
SUJO PELA INVEJA
Não tive encanto na hora da despedida
acenos
saudosos, palavras d’amigo volta,
mas
sofri ameaças de gente conhecida
em
noite quente que devia ser de folga
caminhando
solitário por duros pesadelos;
_
nos terraços as cançonetas sem poesia
e
a urina com excremento em novelos
alinharam
notas esfaqueada a harmonia
Pelas "áleas", ruas já sem fraternidade,
face
a insultos risos enlodados de desdém
arquivava
numa fotografia sem maldade
consentimento
último de minha mãe.
-
Os dentes amarelados, lâminas afiadas
iguais
aos dos militares continentais,
feriam
a carne como granadas lançadas
por
expedidores com sigla desde quintais!
Sob
abóbada celestial tracejado dos F 16
gizando
círculos quebrada a bonança,
confirmavam-me
que meia dúzia eram 6,
e
a revolução firma de estranha aliança.
-
Distante, sob um mesmo céu atlântico
dançava
polca, afinal quem dançara vira
cantando
versos dum vermelho cântico
registado
como sendo verdade a mentira!
Decoravam-se
prédios a tinta de morteiros,
e
por sujas ruas, amontoados de lixo…
disfarçavam
a ganância, os candongueiros,
vendendo
a pátria durante o mata-bicho.
-
Aéreo desconhecendo a estação Outono
extraditado,
rumaria direcção ao inferno
por
u’ país, não tardando a mudar de dono
dando
à Primavera cinzento Inverno
Diante
probante troca, fino ouro por mísseis,
rasgavam
a ilusão as balas tracejantes,
coberturas
de seca palha mostras visíveis
de
rastos que não eram de cobras rastejantes,
em
sulcos impregnados de suor e lágrimas
a
servirem no futuro prova inquestionável
duma
história contada, dobradas as páginas,
por
cheques de favor, trama indecifrável.
Chegado
‘verão corridas loucas ia-se ‘gente
deixando
o coração em terras de cultivo
fugidos
ao caos e aos copos de aguardente
emborcados
pelo herege, tomado paliativo
dispensada
prescrição médica ou receituário,
trazendo
degradação retirada ‘segurança
anúncios
com tiragens em exclusivo diário,
indicando
a debandada única esperança.
Rotas
traçadas por pássaros c’ asas de metal
ligavam
a cratera dum vulcão à Ponte Nova
mudado
o nome sem autorização notarial
dizendo
ao mundo estar a revolução na moda,
espingardas
a dispararem seca dinamite,
assente
os cravos no lugar de afinada mira
visando
por cegueira, e quem se não demite
nos
quartéis, análogo o que se não admira.
Varria
por decreto ‘barbárie os caras pálidas
apelando
à liça fardas doutro trabalhismo,
rosa
preocupante, laranja de sandálias,
destrinças
entre bom senso e bolchevismo;
_
à desfilada dando-me a controlos militares
vivia
em apresamento ante u’ tremer de dedo
mudando
o corpo para macas hospitalares
por
cumprir ordens dos que tiveram medo…
Consertado
o tempo, terrorista a monge,
transferiam-se
armas sem guia de remessa
ordenança
de lei emanada de bem longe
e
em nota de rodapé “entregue-se depressa!”
-
Cumpria-se a vontade por quem ausente
ocultava
nas cançonetas de sublevação
contas
bancárias saldo positivo permanente
garantindo
sustento em tempos de privação.
Deslumbrava-se
a gentalha com a liberdade
“abandeirada”
independência com agressão
quatro
exércitos defendendo a maldade
munes,
extasiada à agonia duma nação
repartia-s’em
algazarra a riqueza de Mavinga
violando
domínio luso com a razão do coice
cedido
aos pistoleiros crude de Cabinda
pagavam-se
préstimos ao martelo e à foice
Adormecido
a populaça, longe em ‘acordos’,
tramavam
familiares amigos e amantes,
e
os cara pálidas cairiam quase feito tordos
acaso
levantassem garimpa contra ‘meliantes;
_
Norton de Matos nunca mudaria a capital
do
rectângulo metropolitano para Nova Lisboa
ignorando
existência futura do eixo do mal
já
presente aquando de Diu Damão e Goa
Reduzido
Império à mais ínfima pequenez
tomando
poder no Palácio da Cidade Alta,
veria
‘nova elite escolhida espúria insensatez
marcante
discurso para animar a malta,
aditivos
empurrões de simpatia palaciana,
vivas
ao «presidente camarada guerrilheiro»
vítima
de feroz perseguição, oh! ido de cana,
contaria
a história ser “Neto” o primeiro.
Detectado
medonho erro, viu médico doentio
por
exclusão de partes igual culpa sua.
-
Desconhecia, entendendo a honra e o brio,
não
se abrir ‘porta da frente c’ uma gazua,
resto
(vivo) apresentar-se tão empanado.
-
Actual narrativa terá ‘dores das expulsões,
mal
irremediável, corrigindo triste fado
insurge-se
ainda por enfermo contra ‘extorsões
Vidrado
pelos foscos óculos u’ olhar mortiço
pronuncia
a morte delineada a curto prazo
que
nem candongueiro desavergonhado feitiço
impediria
evitar. - Por arrumado o caso
enlutou-se
uma terra antes de se fazer país
vestindo
mágicos horrores uma juventude
que
vendo cortada por força do ódio a raiz
sofreria
desprotegida mais que u’ golpe rude!
Quanto
ganharia ‘outro mundo ocidental
por
“união de facto” a espécies q’ abominava?
-
Petróleo, diamantes, plantações de sizal,
ou
destruição dum Império que se agigantava?
-
Salivando pastéis de Belém chávenas de café
assinaram
fim dum estado já envelhecido
visto
o Novo ser epitáfio duma nova ralé
virando
ao frio do Norte, Ultramar esquecido…
Perdido
por marcantes e colónias travessas
calça
azul alva camisa horas precisas
servia
vontades de monta-cargas às avessas
circulando
madrugada fora sem divisas,
alma
rota, e à cautela mudas de viatura
transportava
o pára-brisas salvo-conduto,
na
bagageira macaco, quase tão criatura
como
farpelas embarcados – vindo do “puto”
Calava
a metrópole interesses vigaristas
despida
a farda. - Por consentido, de propósito
rolava
homem destemido noutras pistas
fartando
de fuel com 130 octanas o depósito
acelerado
à entrada, descansado à saída
arquivando
palavrões ameaças impropérios
dobrado
envelope de ordenado cheta merecida;
_
maior era o recebido por tipos nada sérios!
Por
acontecer verão quente, 7ª esquadrilha,
conhecia
dos democratas suor e sebo
combates
sem banho c’ as armas da braguilha
que
esquentamento não pegava mancebo;
_
vangloriavam-se bitacaias pisada ‘bandeira
na
presença de briosos sem cheiro a catinga
virando
ao pano das quinas a couceira
na
terra onde colono não manjava petinga!
Humana
a estupidez não conhece fronteiras.
-A
história, faz-se de mentiras – singularmente
de
verdades se tomada de boas maneiras;
_
saboreando “Port Wine ou Caxipembe”
víboras
cobertas de pêlos, outras de escamas,
acham
‘Juízo Final um conto da carochinha,
de
fracos nada rezar e o globo ser dos sacanas.
-
Quiçá um dia “reino” da Índia ou China!
Consumada
‘traição mais a preto que a branco
tornando-se
independentes da possessão,
engalanava-se
Portugal depreciando o pranto
de
gente apátrida, ajoelhada, mendigando pão,
impedida
de embarcar calças de fazenda,
fraldas
chupetas cuecas vassouras piaçaba,
agrafando
passaportes ao último recibo da renda
e
u’ certeza expressa: - O que começa acaba!
Retomada
‘guerra ganharia o fino buçal.
-
Por terras do Bengo pregões em castelhano
mostrava
a independência o lado mortal,
o
erro duma aculturação fora do plano
que
as bestas teriam concebido, maldosas,
por
importante ser o valor do dividendo,
ignorando
o notável milagre das rosas,
(pão
com pétalas) corresse tudo a contento.
Camarada
já chefe, consciência readquirida,
vê
cambiar na “sua” terra fardas e falas!
-
Decidido a inverter, dar ao povo nova vida,
percebido
‘mal de terem partido, aviadas malas
gente
da cor da mulher com quem dormira,
garantia
futura duma miscigenação autêntica
delibera
contra pares a quem permitira
crescer
do lado do fausto de forma idêntica.
Ignorava
nem todos serem Vasco de Gama
maior
quando ao leme por mandado de João II!
-
Tolhido por surpresa detecta-se o drama
de
poder fenecer e num ápice ir-se deste mundo
chamado
a causa género de doença siberiana
e
distraído, face à universitária formatura,
troca
lusa assistência por u’ outra suja cama
aguardando-o
além, consulta, u’ enxerga dura
Ultimado,
dá erudição, lástima sem patrono,
que
a guerra deixaria marcas impagáveis,
cães
enraivecidos validariam “obscuro” dono,
pagar-se
pelas liberdades verbas inegociáveis,
demolindo
estátuas da sua própria gesta
condecorando
demónios vestes de cruzado.
-
Imperceptível ao universo afecto ter aresta
fazer-lhe-iam
a cama, ele já pronto, derrotado.
Fenecido
sem defensa, defensor de ofensores,
haveria
de abrir portas à mudança universal
permitindo
entrada de geniais opositores
encarregues
de lançar à terra hóstias do mal,
sem
tempo para penitências, mea-culpa
mostrado
descrédito por quem interessado
rezara
a um Deus doutra cor – Sem desculpa
vindimariam
u’ presidente por ter-se revoltado!
Quem
capaz de acusar cometimento de crime…!
-
Dinheiro é macho, só fêmeas reproduzem,
vitórias
tem quem contra a vitima o gatilho prime,
cânticos
de liberdade sabemos a nada conduzem,
e
ganância humana não distinguir ‘cor da veia.
-
Tomará dos livros lição em quem neles se reveja,
e
tal como terminou o “Poeta” tamanha epopeia
“cantar-se-á
outro país” também sujo pela inveja
Cito
Loio
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