sexta-feira, julho 11, 2014

SUJO PELA INVEJA....!


SUJO PELA INVEJA




Não tive encanto na hora da despedida
acenos saudosos, palavras d’amigo volta,
mas sofri ameaças de gente conhecida
em noite quente que devia ser de folga
caminhando solitário por duros pesadelos;
_ nos terraços as cançonetas sem poesia
e a urina com excremento em novelos
alinharam notas esfaqueada a harmonia

Pelas "áleas", ruas já sem fraternidade,
face a insultos risos enlodados de desdém
arquivava numa fotografia sem maldade
consentimento último de minha mãe.
- Os dentes amarelados, lâminas afiadas
iguais aos dos militares continentais,
feriam a carne como granadas lançadas
por expedidores com sigla desde quintais!

Sob abóbada celestial tracejado dos F 16
gizando círculos quebrada a bonança,
confirmavam-me que meia dúzia eram 6,
e a revolução firma de estranha aliança.
- Distante, sob um mesmo céu atlântico
dançava polca, afinal quem dançara vira
cantando versos dum vermelho cântico
registado como sendo verdade a mentira!

Decoravam-se prédios a tinta de morteiros,
e por sujas ruas, amontoados de lixo…
disfarçavam a ganância, os candongueiros,
vendendo a pátria durante o mata-bicho.
- Aéreo desconhecendo a estação Outono
extraditado, rumaria direcção ao inferno
por u’ país, não tardando a mudar de dono
dando à Primavera cinzento Inverno

Diante probante troca, fino ouro por mísseis,
rasgavam a ilusão as balas tracejantes,
coberturas de seca palha mostras visíveis
de rastos que não eram de cobras rastejantes,
em sulcos impregnados de suor e lágrimas
a servirem no futuro prova inquestionável
duma história contada, dobradas as páginas,
por cheques de favor, trama indecifrável.

Chegado ‘verão corridas loucas ia-se ‘gente
deixando o coração em terras de cultivo
fugidos ao caos e aos copos de aguardente
emborcados pelo herege, tomado paliativo
dispensada prescrição médica ou receituário,
trazendo degradação retirada ‘segurança
anúncios com tiragens em exclusivo diário,
indicando a debandada única esperança.

Rotas traçadas por pássaros c’ asas de metal
ligavam a cratera dum vulcão à Ponte Nova
mudado o nome sem autorização notarial
dizendo ao mundo estar a revolução na moda,
espingardas a dispararem seca dinamite,
assente os cravos no lugar de afinada mira
visando por cegueira, e quem se não demite
nos quartéis, análogo o que se não admira.

Varria por decreto ‘barbárie os caras pálidas
apelando à liça fardas doutro trabalhismo,
rosa preocupante, laranja de sandálias,
destrinças entre bom senso e bolchevismo;
_ à desfilada dando-me a controlos militares
vivia em apresamento ante u’ tremer de dedo
mudando o corpo para macas hospitalares
por cumprir ordens dos que tiveram medo…

Consertado o tempo, terrorista a monge,
transferiam-se armas sem guia de remessa
ordenança de lei emanada de bem longe
e em nota de rodapé “entregue-se depressa!”
- Cumpria-se a vontade por quem ausente
ocultava nas cançonetas de sublevação
contas bancárias saldo positivo permanente
garantindo sustento em tempos de privação.

Deslumbrava-se a gentalha com a liberdade
“abandeirada” independência com agressão
quatro exércitos defendendo a maldade
munes, extasiada à agonia duma nação
repartia-s’em algazarra a riqueza de Mavinga
violando domínio luso com a razão do coice
cedido aos pistoleiros crude de Cabinda
pagavam-se préstimos ao martelo e à foice

Adormecido a populaça, longe em ‘acordos’,
tramavam familiares amigos e amantes,
e os cara pálidas cairiam quase feito tordos
acaso levantassem garimpa contra ‘meliantes;
_ Norton de Matos nunca mudaria a capital
do rectângulo metropolitano para Nova Lisboa
ignorando existência futura do eixo do mal
já presente aquando de Diu Damão e Goa

Reduzido Império à mais ínfima pequenez
tomando poder no Palácio da Cidade Alta,
veria ‘nova elite escolhida espúria insensatez
marcante discurso para animar a malta,
aditivos empurrões de simpatia palaciana,
vivas ao «presidente camarada guerrilheiro»
vítima de feroz perseguição, oh! ido de cana,
contaria a história ser “Neto” o primeiro.

Detectado medonho erro, viu médico doentio
por exclusão de partes igual culpa sua.
- Desconhecia, entendendo a honra e o brio,
não se abrir ‘porta da frente c’ uma gazua,
resto (vivo) apresentar-se tão empanado.
- Actual narrativa terá ‘dores das expulsões,
mal irremediável, corrigindo triste fado
insurge-se ainda por enfermo contra ‘extorsões

Vidrado pelos foscos óculos u’ olhar mortiço
pronuncia a morte delineada a curto prazo
que nem candongueiro desavergonhado feitiço
impediria evitar. - Por arrumado o caso
enlutou-se uma terra antes de se fazer país
vestindo mágicos horrores uma juventude
que vendo cortada por força do ódio a raiz
sofreria desprotegida mais que u’ golpe rude!

Quanto ganharia ‘outro mundo ocidental
por “união de facto” a espécies q’ abominava?
- Petróleo, diamantes, plantações de sizal,
ou destruição dum Império que se agigantava?
- Salivando pastéis de Belém chávenas de café
assinaram fim dum estado já envelhecido
visto o Novo ser epitáfio duma nova ralé
virando ao frio do Norte, Ultramar esquecido…

Perdido por marcantes e colónias travessas
calça azul alva camisa horas precisas
servia vontades de monta-cargas às avessas
circulando madrugada fora sem divisas,
alma rota, e à cautela mudas de viatura
transportava o pára-brisas salvo-conduto,
na bagageira macaco, quase tão criatura
como farpelas embarcados – vindo do “puto”

Calava a metrópole interesses vigaristas
despida a farda. - Por consentido, de propósito
rolava homem destemido noutras pistas
fartando de fuel com 130 octanas o depósito
acelerado à entrada, descansado à saída
arquivando palavrões ameaças impropérios
dobrado envelope de ordenado cheta merecida;
_ maior era o recebido por tipos nada sérios!

Por acontecer verão quente, 7ª esquadrilha,
conhecia dos democratas suor e sebo
combates sem banho c’ as armas da braguilha
que esquentamento não pegava mancebo;
_ vangloriavam-se bitacaias pisada ‘bandeira
na presença de briosos sem cheiro a catinga
virando ao pano das quinas a couceira
na terra onde colono não manjava petinga!

Humana a estupidez não conhece fronteiras.
-A história, faz-se de mentiras – singularmente
de verdades se tomada de boas maneiras;
_ saboreando “Port Wine ou Caxipembe”
víboras cobertas de pêlos, outras de escamas,
acham ‘Juízo Final um conto da carochinha,
de fracos nada rezar e o globo ser dos sacanas.
- Quiçá um dia “reino” da Índia ou China!

Consumada ‘traição mais a preto que a branco
tornando-se independentes da possessão,
engalanava-se Portugal depreciando o pranto
de gente apátrida, ajoelhada, mendigando pão,
impedida de embarcar calças de fazenda,
fraldas chupetas cuecas vassouras piaçaba,
agrafando passaportes ao último recibo da renda
e u’ certeza expressa: - O que começa acaba!

Retomada ‘guerra ganharia o fino buçal.
- Por terras do Bengo pregões em castelhano
mostrava a independência o lado mortal,
o erro duma aculturação fora do plano
que as bestas teriam concebido, maldosas,
por importante ser o valor do dividendo,
ignorando o notável milagre das rosas,
(pão com pétalas) corresse tudo a contento.

Camarada já chefe, consciência readquirida,
vê cambiar na “sua” terra fardas e falas!
- Decidido a inverter, dar ao povo nova vida,
percebido ‘mal de terem partido, aviadas malas
gente da cor da mulher com quem dormira,
garantia futura duma miscigenação autêntica
delibera contra pares a quem permitira
crescer do lado do fausto de forma idêntica.

Ignorava nem todos serem Vasco de Gama
maior quando ao leme por mandado de João II!
- Tolhido por surpresa detecta-se o drama
de poder fenecer e num ápice ir-se deste mundo
chamado a causa género de doença siberiana
e distraído, face à universitária formatura,
troca lusa assistência por u’ outra suja cama
aguardando-o além, consulta, u’ enxerga dura

Ultimado, dá erudição, lástima sem patrono,
que a guerra deixaria marcas impagáveis,
cães enraivecidos validariam “obscuro” dono,
pagar-se pelas liberdades verbas inegociáveis,
demolindo estátuas da sua própria gesta
condecorando demónios vestes de cruzado.
- Imperceptível ao universo afecto ter aresta
fazer-lhe-iam a cama, ele já pronto, derrotado.

Fenecido sem defensa, defensor de ofensores,
haveria de abrir portas à mudança universal
permitindo entrada de geniais opositores
encarregues de lançar à terra hóstias do mal,
sem tempo para penitências, mea-culpa
mostrado descrédito por quem interessado
rezara a um Deus doutra cor – Sem desculpa
vindimariam u’ presidente por ter-se revoltado!

Quem capaz de acusar cometimento de crime…!
- Dinheiro é macho, só fêmeas reproduzem,
vitórias tem quem contra a vitima o gatilho prime,
cânticos de liberdade sabemos a nada conduzem,
e ganância humana não distinguir ‘cor da veia.
- Tomará dos livros lição em quem neles se reveja,
e tal como terminou o “Poeta” tamanha epopeia
“cantar-se-á outro país” também sujo pela inveja


Cito Loio



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