Antes de entrar no tema , breve esclarecimento vimos por esta via informar, que nem o senhor Manuel Perez nem Adolfo Oliveira, apresentaram à Câmara da Maia qualquer proposta que visasse a gestão desportiva do ténis, ou qualquer outra que colocasse em causa a estabilidade dos técnicos que ali trabalham, ou pretendendo ainda interferir na gestão do complexo de ténis; Mesmo durante o torneio internacional “Maia Jovem”, nenhum dos membros oficialmente ou particularmente apresentou qualquer proposta. No entanto queremos esclarecer o seguinte:
1- A 10/01/06 foi enviada uma carta à vereação do pelouro do desporto por Portugal Ténis Clube, apresentando formalmente clube, e solicitando uma reunião para eventual parceria, em dois projectos que o clube gostaria de implementar em 2006 igualmente enviados à Câmara do Porto, que respondeu afirmativamente ao pedido.
2- Para além da apresentação do TRITÉNIS ao município Maiato, constava a apresentação do Projecto Promenade.
3- A 19/01/2006, o clube enviou nova carta, informando a mudança do seu endereço electrónico.
Estes foram os únicos contactos do Portugal Ténis para com edilidade, que até à presente data não deu qualquer resposta..
Como se tinha prometido temos o prazer de divulgar o trabalho efectuado pela Consultora Bean & Bean SA, em parceira com Portugal Ténis Clube . Às considerações apresentadas pela FPT/Empresa Consultoria no encontro de 9SET06, contrapomos a versão e a análise sintetizada às conclusões apresentadas da nossa consultora.
Afirmaram no encontro realizado no LTCFoz quanto aos praticantes dos USA, dizendo que tinham decrescido e estava em crise quando na verdade estes estabilizaram nos anos 2003 e 04 e houve aumento significativo nos últimos anos.
Não se explica a razão do aumento dos praticantes nos USA, que de acordo com a visão ds Bean &Bean se deve a:
Chegada ao top das Williams
Porquê? Porque motivou um aumento considerável de praticantes na população negra e mesclada.
A segunda razão observa-se no aumento de praticantes na comunidade asiática que começou aflorar na modalidade também nos USA.
Com os resultados positivos dos atletas sul-americanos, motivados pelo nº 1 do mundo Rios e outros, e o aumento da emigração para os USA de enorme quantidade pessoas de classe média e alta.
Incerteza
1ª A Rússia apresenta um aumento lógico de crescimento, pois a queda da modalidade deveu-se simplesmente ao desmoronamento do bloco de leste; o processo de recuperação foi lento mas as bases tradicionais da modalidade mantiveram-se culturalmente intactas. Por outro lado os símbolos do império soviético nesta modalidade, Chesnokov e outros, mantiveram-se como legendas vivas; o mesmo pode ser observado com o fenómeno Gabriela na Argentina.
No campo feminino o “boom” RUS em matéria de qualidade deu-se também pela criação de um estrato social rico, com os pais começaram a enviar as filhas para países que tinham estabilidade desportiva e evolução social, adquiriram complexos em zonas mediterrânicas etc. e também pela normal retoma dos centros de treinamento mais modernizados. Símbolos e Ídolos credíveis duradouros e históricos, contribuíram para a retoma mais ou menos rápida
2ª No que respeita à China, decididamente tem que se ter a noção do fenómeno Global desportivo. Não há qualquer dúvida do crescimento da China no ténis; No entanto este crescimento tem mais a ver com a ocidentalização de costumes, a procura da diversidade de oferta escolar e social, e com a profissionalização desportiva feminina, apoiada pelos fenómeno Kurnikova/Sharapova/Williams/; na verdade Chang era de origem chinesa e esteve também na base deste processo, mas não conseguiu dinamizar o ténis nos chineses à velocidade que se esperava, (temos em Portugal o exemplo “Marques”. A macro economia da china e a apetência para os grandes eventos foi outra das molas da desenfreada aceitação da modalidade. A abertura a ocidente promoveu novos apetites na Ásia.
No entanto quando se focaliza o fenómeno Chinês e a mudança do rosto da modalidade a nível global não se pode esquecer que:
1º O ranking mundial é numérico e por isso no Top 100 só cabem 100 jogadores.
2º A China apresenta o maior número de praticantes a nível mundial de Tennis Table em que esta modalidade é desporto nacional, e nem por isso presentemente lidera destacada, ou tem supremacia de resultados a nível mundial; vemos ainda a penetração de atletas ocidentais com sucesso na milenar modalidade de Sumo. A exemplo também o voleibol futebol basket atletismo/por especialidades a natação, só para focar alguns casos, podemos ver que afinal os quase 3mil milhões de chineses não conseguem ganhar aos 44 milhões de espanhóis no mundial de basket onde a Espanha se sagrou Campeã mundial.
É falso querer-se afirmar que com o aumento da quantidade, aumentamos a probabilidade qualitativa; se assim fosse o Chipre não teria ninguém, a Bélgica era uma lástima e o Luxemburgo dedicava-se a exportar beldades e a Suiça não tinha simplesmente, a Hingis e o Federer.
De facto está para provar esta correlação que nem sequer tem regra proporcional e está sempre condicionada à individualidade psico/somática, e isto porque de acordo com a regra da probabilidade teremos:
De 10 potenciais atletas com as capacidades base para uma prestação de excelência produz-se, com sorte 1 campeão
De 1000 indivíduos desenquadrados, aportando défices gerais coordenativos e conceptuais da modalidade, o máximo que se alcançará será 1000 frustrados
Assim a pirâmide evolutiva apresenta também riscos acrescidos, onde a proliferação de “não capazes” no seio dos talentos acaba por inverter a escada de desenvolvimentos potencial e transformar “uma excepção numa banalidade”
Para completar parte deste raciocínio, e poder-se perspectivar a afirmação de um crescimento quantitativo, deverá olhar-se para o crescimento populacional, e aquilo que os indicadores estatais apontam, é um decréscimo na população jovem.
Se atendermos ao aumento de novas modalidade, a tendência da juventude para a experimentação de novos campos de pesquisa sensorial, a facilidade que muitas oferecem no início da aprendizagem orientada e prática competitiva, somado à existência de modalidade que não têm a componente competição despenalizando psicologicamente os jovens, as medidas governamentais para a obrigatoriedade de aprendizagem de línguas e a falta de estruturas nos estabelecimentos de ensino , podemos antever uma tarefa complicada para aumentar os praticantes, sem ser por artifícios.
Ao analisar por exemplo o crescimento de filiados de 203 a 2005 aquilo que se observa por conhecimento de causa é que há +/- 3000 filiados estratégicos que se tem de somar aos filiados "temporais" que são os que se filiam um ano e depois desistem, mais osm de favor e os distraídos; Assim o crescimento da FPT fica-se por % irrisórias, e com este panorama, dificilmente se obtém os resultados que se pretende induzir possíveis de atingir. Esta questão está reflectida no decréscimo de número de participantes em torneios, verificado nalgumas zonas do país, onde a expressão máxima se observa nos Nacionais onde há alguns anos atrás podíamos ver por exemplo 300 a 400 ou mais participantes num único Nacional Juvenis.
No documento da FPT há uma afirmação que parece curiosa na página 1, em que a determinada altura é coloca a tónica na palavra, se....o que deixa antever uma incerteza e dúvida quanto ao futuro.
Há muito que percorrer para fazer evoluir o ténis dum país e é necessário que quem esteja a liderar os diversos sectores saiba como fazê-lo
Ao afirmar que Portugal tem potenciais jogadores para entrar no top 100 nos próximos 3 anos não se pode escamotear os resultados dos escalões juvenis, que são desoladores e desanimadores; Mas mais grave é que se porventura alguma jogadora ou jogador começar a evoluir acaba por abandona Portugal, desenraíza-se, «desculturiza-se» e nem será um ídolo palpável.
Este ponto está claramente assente numa jogadora radicada nos USA, e 1 jogador que ainda não definiu a sua emigração e eventualmente mais uma do programa de detecção de talentos e ainda outro pelo sonho
Nos próximos 3 anos talvez a maior esperança do ténis Luso terá apenas 16 anos, e é um risco pensar-se no top 100.
Para o país colocamos atletas no Top 100 é necessário desalojar os que lá estão os outros que lutam para entrar, o volume de candidatos que trabalham nesse sentido, e só depois de se atingir a idade adulta (animal ou vegetal) se gera o fruto.
Quando foi sobrevalorizado a potência China e o fenómeno Rússia como é que então se quer colocar jogador no top 100?
De acordo com um estudo de observação da Beam & Beam SA nos últimos 10 anos do fenómeno ténis em Portugal, concluiu que um dos caminhos a traçar para atingir um nível médio de jogadores possíveis de comparar aos actuais 200 WTA/ATP assenta unicamente na decisão de balizar o ranking internacional para os jogadores, nos próximos 10 anos, e que tudo indica, poder-se colocar a meta no ranking 200 WTA/ATP, à semelhança do que já aconteceu pelo menos no género masculino, fazendo aumentar os atletas com acesso a este nível nesta progressão:
J (x) n% + P
(Em que J é o número de atletas que estão dentro deste parâmetro, n% a percentagem de adição, e P o factor de ponderação para cada ano)
Tem o país que decidir se quer uma federação qualitativa /desportiva, ou se pretende uma federação transformada num entreposto comercial de venda de licenças, onde os entreposto comerciais, vulgo associações, se regalarão nos seus negócios que não conduzirão ao desenvolvimento.
Também, o plano de detecção de talentos deve ser abandonado porque o país tem naturalmente um projecto com essa finalidade, que não foi percebido pelos actuais gestores técnicos ou administrativos da federação e associações, e ser substituído por um programa de desenvolvimento e apoio às certezas firmadas nos escalões 14 e 16, e posteriormente através de contratos de recíproco benefício com os atletas mais velhos, que é na sua essência oposto ao actual, mas de retoma urgente e que deve ser ponderado por um período alargado a 10 anos.
Os pontos específicos de desenvolvimento são, depois de assente e aceite o figurino arquitectónico da modalidade, meras operações de juízo racional.
.
O analista para Bean &Bean, SA
Aico Beangold