quarta-feira, fevereiro 26, 2014

Reunião de Colectividades da Lusofonia


www.confederacaodascolectividades.com


Reunião na Casa Luso Angolana 
(Edifício Fontenário)
Praça das Flores

 8 de Março às 17 h

Convidam-se as colectividades ligadas à Lusofonia para o evento que contará com a presença do presidente da  CPCCRD

sexta-feira, fevereiro 21, 2014

Antes do 25 de Abril de 1974.

Deixo-vos provavelmente um dos mais dolorosos poemas que escrevi até à data e dedico-o sobretudo aos que mudando de Farda Juraram a Bandeira das Quinas servindo o Exército Português antes do 25 de Abril de 1974.

Não servirá para meu epitáfio mas...


NUNCA LHES NEVOU NOS CABELOS

Nunca o tempo pôs neve nos cabelos,
escorreu antes em sonhos, morosamente;
_ e proibindo-os tão somente vê-los
mascarou desejos correndo languidamente

O moreno da pele deixada de sentir
foi coberta nas madrugadas de revolução,
mas ao ilustrarem desaires, sem carpir,
bateram continência com salvas de canhão.

A alegria tangida nos rostos simplórios
prendera-os à morte, e por comprometimento
carregaram fardos para outras canseiras.

Substituído luto por risos entre fronteiras,
adquirido para tal luso assentimento,
aportaram sem naus noutros promontórios

( Diluído o tempo, pelos truques da estória
morrerão anónimos sem reforma ou glória...)



Cito Loio





*
Foto colhida da Google

quarta-feira, fevereiro 19, 2014

IDÊNTICAS LÁGRIMAS

IDÊNTICAS LÁGRIMAS

Deixámos pr'atrás tempos de camaradagem,
beijos sinceros nas farras de garagem,
fraternos abraços nos claustros dos Liceus
e a forte vontade de não sermos ateus!
- Perdemo-nos nos sonhos de independência
e despojados da fé restou-nos a impotência...

Conservámos a génese que nos fez especiais
e humanos, e afirmados todos os ideais
demos corpo e alma a uma nova terra
conhecendo a dor quando um cão nos ferra!

Doutorar-nos-emos em causas perdidas,
e abalados, cosidas todas as feridas,
a esta «pátria a termo», pedida 'nacionalidade
legaremos os frutos da nossa fertilidade.

Que não chorem 'filhos dos filhos que amámos
idênticas lágrimas às q'um dia derramámos.


Cito Loio
18/2/2014
.

segunda-feira, fevereiro 17, 2014

A COR DA VERTIGEM

A COR DA VERTIGEM 


Eternidades passei desde então
partindo sem Caravelas à descoberta
enfrentando monstros marinhos,
e apagada a última revolução
executei rainhas de porta aberta,
sem dote real, visíveis pergaminhos.
_ e do berço registos inesquecíveis
nem memorial de nomes possíveis

Por renovado mares iguais ondas
lavraram-me, marujo, óbito
sem nunca chorarem o defunto,
enquanto desvairado a contas
com a dúvida, afastei o q de mórbido
eternizava a dor calando fundo,
desconhecendo quão era fascinante
amar u' sonho, torná-lo amante.

Reembarquei c' Vasco da Gama
por Índias ao Médio Oriente,
Américas, Oceanias, e nesta Europa
percebi-me uma espécie estranha
perante olhares ao q era evidente
das esplanadas a trilhos em rota,
incapazes questionarem da cor origens
razões que provocavam vertigens.

Substituindo remos por sofás
virei meio século de Marte a Saturno,
anelei do firmamento elos du' prisão
sem paredes, evitando voltar atrás,
recordar tempos d'Imperador nocturno
tirando dos fracassos prenhe lição;
_ majorado, e homem já conseguido
abri o peito sem chorar o perdido.



Remate

Repousando num colo revitalizante
fitado por quatro olhos cristalinos
entendi arquivado meu auto de culpa;
_ findo calvário daí em diante
incumbi-me de inventar novos hinos
e desprimorando quem insulta
evoco para mim honra d'Egas Moniz
restando prova miscigenada deste país.


Cito Loio









quinta-feira, fevereiro 13, 2014

E agora Dr António Capucho!

DEGRADANTE


Apenas degradante o acontecido a António Capucho mas...deixe-me dizer-lhe caro e douto senhor o seguinte;_ V. Exª também tem culpas no cartório ao permitir chegar-se ao ponto de, (independente ser o um dos fundadores) ser expulso!

Evidente que a política obriga-nos bastas vezes a relevar certas “nuances”, mas no meu caso jamais teria chegado a esse extremo dado que convocava a Comunicação Social (poder conferido peloseu estatuto) e perante as câmaras televisivas e jornalistas em geral, em horário nobre, diria ao Povo Português o seguinte: 

«PORTUGUESES, VENHO FORMAL E PUBLICAMENTE INFORMAR QUE A PARTIR DESTE MOMENTO DEIXO DE PERTENCER AO PARTIDO QUE AJUDEI A FUNDAR»

A dignidade não tem preço senhor Capucho, pelo menos para mim e já dei provas de ser um Homem com H grande, e a porta de entrada é exactamente da mesma dimensão da porta de saída, aproveitando ainda para elucidar o Partido que quando alguém com responsabilidades vem dizer que o Governo entregou as “COMPETÊNCIAS” a uma comissão “particular” para...o que deve fazer é IR A BANHOS.

Como V. sabe, a presente Constituição permite concorrer como Independente às Câmaras, Juntas de Freguesia, Presidência da República, mas não admite criar a figura de Presidente do Governo e abrir o concurso a Independentes denotando o quanto aferroados estão ao poder os membros que compõem as forças partidária. Evidente que a culpa é das pessoas, contrariando a opinião de muito democrata acusador do tempo da outra senhora de haver excesso de analfabetismo, 40 anos depois este mesmo povo continua (cada 4 anos) a assinar de X (cruz).

Senhor Capucho; pena minha pelo que lhe sucedeu, mas...pelo menos agora o senhor pode esquecer o ditado popular....

Felicidades e verá não ser “assim tão mau” viver de consciência tranquila.

quinta-feira, fevereiro 06, 2014

Cabeça de Cartaz...!


Se eu pudesse oferecia este poema aos Ministros de Portugal mas eles desconhecem o que significa certo número de termos utilizados, e o valor da linguagem portuguesa sem acordos, razão pela qual vai só para as minhas gentes.
 


Aproveito para informar, que ontem mesmo fui convidado para ser um dos cabeça de cartaz da Poesia,( próximo dia 8 de Março - dia da mulher) numa evento da Lusofonia.
Quanta surpresa, e quanta honra...







UM PRISIONEIRO EM LIBERDADE



Sinto que me falta escrever u’ grandiosa história
sustentada por notas colhidas nos cajueiros
dando cor a quadros de tão viva memória
tempos idos em que rabeava com cães rafeiros;
­_ vitralizar com arcos uma majestosa ponte
edificada com pedras de Punguandongo
para ligar a lua ao largo Maria da Fonte
pasagem por Catete em direcção ao Dondo.

Trocarei ‘capítulos c’ Cravos (!) por Maboque,
a Serra da Estrela pela Tundavala
festivais de fado por batucadas sem rock,
praias algarvias pelo cheiro duma sanzala;
_ pelas encostas dum Douro cacheado d’uvas
às ondulantes searas alentejanas
resumirei, deitado ao sol das Mabubas
a catinga do sisal contra o feitiço das canas

Colocarei se à falta, ‘chatas’ no rio Bengo
nunca comutadas por velhos cacilheiros
espantando gaivotas; _ e o poeta lendo
passagens sobre funerais de guerrilheiros
sem a tradicional missa de corpo presente,
viúvas de chapéu alto e malas Vuitton
notando-se indelével o luto ausente,
incomparável ‘peles vestidas doutro tom

Sem milongas q’ invertam do acto o curso
agonizo perante ‘falta de trovoadas tropicais
quando curo bebedeiras com o absurdo
d’ equiparar lezírias à vastidão dos capinzais
ao passear nas ruas duma qualquer cidade
vendo-me em películas d’ raros personagens,
e longe da terra concluo c’ picadas de verdade
sempre ter vivido preso àquelas paragens.

Deste sofrido poema serei único probante;
_ notando a ausência dum ou outro velho amigo,
enternecedores beijos da última amante,
prefácios que transporto ad eterno comigo,
na tentativa egoísta de suspender o tempo
vou driblando planetas, misturá-los cu’ lente,
disseminando os fusos horários pelo vento
para q vos entregue este poema de presente


Cito Loio
3 a 6 Fevereiro 2014


 
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