sexta-feira, maio 31, 2013

Vantagem de Moreira da Cunha



Um abraço para um grande homem c' 30 anos de amizade que para além de ténis transporta dentro a arte e o engenho da escrita...

Moreira da Cunha

...talvez saiba interpretar como ninguém este Poema


LEI DA VANTAGEM

Indo em slice pelas ondas do suspiro
sprintei nas asas do pensamento
e bebi suores e adrenalina.
- Isolado á espera fui gastando-me
sem ouvir ranger articulações
gastas por jogos ainda por concluir,
sons festivos, risos de gozo
adivinhando arfares q’ inda m’ envolvem

Esmerado no sonho criei conceitos,
combati suspeitas, entrepus recursos
anulei pareceres de juízes foras-da-lei
fustigado por rajadas de pó-de-tijolo
varrendo courts c’ linhas brancas
vencido por marcas, bolas dentro, fora!
- Arrumei raquetes e termobags
perdendo da glória o rasto…!

Por cruel, o destino viu-me na penúria
aplaudindo crápulas um match-point
anulando-me um smash vitorioso
seguido ‘drive-volley qual winner final!

Três ou cinco sets, pouco importará,
completo q seja o quadro do “torneio”
onde pontos são lucro dum campeonato
em que só Diabo tirará vantagem


Cito Loio

terça-feira, maio 28, 2013

Mia Couto...parabéns

Prémio Camões
Não sei como homenagear 
Mia Couto!
Talvez a melhor forma seja dedicar-lhe um Fado e algo que Luís Vaz talvez não fizesse por tão medíocre a minha arte

LUSITANIA EPOPEIA

Canto Único

1)
Conto-vos gratuita esta amásia história
em formato escrito pouco habitual
despretensiosa, e quase um tanto original
evocando ‘simplicidade (às vezes) glória
em retratos de uma verdade absoluta
tirados por bravos que se fizeram à luta

2)
- Corria o ano de mil cento…coisa e tal
um jovem (!) arreava na própria mãe
enxerto de porrada e beijos também!
- Corporalizado sonho fundava Portugal
ainda sem se entoarem hinos ao mar
ou fado participar nas lutas ao luar

3)
Moço forte de espada de aço em riste
estocadas directas, até ao centro
marcava nos pinhais terreno adentro
fronteiras num mapa que ainda existe
desconhecendo a pátria um dia rendida
e a língua ultrajada, na terra vendida.

4)
De caminho para sul vencendo o mouro
desenhava com mestria a Lusitânia
vergando quem em si lançasse a infâmia
tentando corrompê-lo a coberto douro
num exemplo às futuras gerações
cantado q se veria em diversos pregões


5)
Guimarães fora primórdio da epopeia
que daria ao povo, multiplicada a raça,
títulos de grandeza, e de sua graça
inúmeras histórias; _ quem souber as leia!
- Falam de brancos, negros, mulatos
verdade c mentiras em múltiplos relatos

6)
De Henrique a Teresa, indo-se por Urraca,
rezou o pergaminho, aliando Egas Moniz
nem sempre sabido, c desfecho feliz,
misturando-se palácios à indígena barraca
na ocidental praia, avistando no horizonte
arco-íris onde s’ edificou simbólica ponte

7)
Estocada em cavalgada, rei e reinante
definiu sua pátria Afonso o primeiro
Conquistador” e gentil guerreiro
remontando a aparição de outro infante
que dos Algarves ordenaria seguir nova rota
desbravando-se mares com simples frota

8)
Dificultava o mouro do território ordenação
impelindo o jovem já elegido monarca
dirigir atenções para registo de uma marca
num esforço homérico erguida a nação
remetendo o Condado pra terreno histórico
num modo, q o Papa reconheceria lógico

9)
Entre lutos, decapitações, casamentos
foi germinando, adverso a mundos e marés
país inexperto com cabeça tronco e pés
numa península assolada por ventos
esgrimida nova linguagem com expressão
irmanada a Castela, já c Portugal no coração

10)
Afonso Henriques já reinava resolvendo
sucessão ao trono: Sancho nascia!
a quem no berço o pai já lhe incumbia
defensa da sagrada terra, como se prevendo
que um dia, exércitos munidos de canetas
assaltariam a pátria-mãe s’ toques de cornetas

11)
Na vertical do lugar escutava-se fero bramir
das espadas num afrontamento ao infiel;
_ mas se a vitória lusa era provável
outros desafios se veriam c bravos a fenir
oferecendo peito às balas contra o terrorismo
em terras desconhecidas, sem baptismo!

12)
Cavalgava nobre ao Porto dono da terra
Viana, Vila Real, Lamego, Aveiro, Coimbra
sabido mais além ter Setúbal e Sesimbra
após passar Lisboa, avistando a serra
fronteira do Alentejo, além de Viseu
agradecendo ao senhor tudo o que já seu

13)
Que trovador tão épicos tempos cantaria
se capaz d’ esquecer do sangue vertido
contendas ferozes, e como prémio recebido
feudos;_ a outros a morte bastaria.
- Nascia o mais antigo país da velha Europa
um desmembrado à causa doutra tropa.
 
14)
Mas Afonso I, ignorante em futurologia
dava corpo ao manifesto reunindo a corte
pejada de duques, clero, gente torpe
bastardos esquecidos duma mãe q gemia!
_ mais a poente, a plenas águas atlânticas
os arquipélagos d’ estranhas semânticas

15)
Tão curta a vida para um tão longo penar
entristeciam o coração do jovem rei
crente, devoto, mas impondo nova lei
que em Portugal era crime roubar, matar
desconhecendo-se até então a gravidade
da corrupção, mesmo à sombra da caridade

16)
Legava ao povo o primado da decência,
honra às gentes independente a condição
leis feitas pelos ditames do coração
em serventia a Deus devendo-lhe obediência
do povo, q mais tarde carregaria nos costados
o genocídio, decretado por mercados.

17)
O mar que s’ acostava na berma das praias
trazia às areias perfumes africanos
de mulheres trajando vestidos sem panos
nada comparadas às civilizações Maias;
_ Lá para longe sentia o rei haver mais mundo
Fora do alcance. – Afonso calava fundo.

18)
A velhice traía-o nas voltas da lua a cada mês
enfraquecendo músculos, mais q a alma.
- Pegando “o bravo” noutra mão uma palma
corria pelo filho já perdida a pequenez
fraquejando dia após dia, vendo de perto
fim para um sonho, que se anunciava certo

19)
Solidificara a nação, e varão já experiente
reinava com fito de prevenção solidária
defendia seu povo, de vis intenções partidárias
visando aumentar para uns expediente,
e para a maioria, morte sem caixão.
- Afonso deixara claro, notório rotundo não!

20)
Portugal erguera-se sem distinção ou casta
_ mães, todas, pariam c’ a mesma dor
filhos, lutando ao lado do amo e senhor.
-Olhando a planície o rei pensou que vasta!;
_ a caminho d’ Antárctica para lá de Gibraltar
só era permitido, c’ Sancho na garupa, sonhar

21)
Num tempo em que se media o tempo
cumprida por vales e montes missão, de retorno
sentiu Afonso chegada hora do abandono
por nada servir a coroa vindo desalento.
- Dizia o conquistador e por já ‘conquistado’
levai-me senhor e perdão por ter pecado

22)
Das Cantábricas montes da vizinha Espanha
aos Pirenéus de uma Gália confusa
os trovadores encontravam a sua musa
nas batalhas travadas, e da guerra ganha
em território diminuto sem heresia
tornado independente pela força da mania

23)
Das exéquias que se não tussa ou muja
preparava a morte, cruz e espada ao peito
homem e guerreiro que vivera a seu jeito
sem permitir ver-se armadura suja
- Se curta era a vida para tão larga vontade
restava o adeus à pátria com saudade

24)
Deixaria vincada forte firme personalidade
primeiro rei dum povo q grande se faria
ombreando com Galizza Castela e Andaluzia.
- Bastardo ou não c’ título d’ honestidade
defendia a moral contra gente corrupta
negando à história ser filho de prostituta

25)
Enlutada, mulher amante mãe d’ alma ferida
não foi cantada em poemas c’ Viriato
mas falando nas procissões de um pacto
que obrigara Roma a dar-se por vencida.
- 6 de Dezembro de 1185, contas q Deus fez
batalharia Afonso, vencido, a única vez


Cito Loio 




domingo, maio 26, 2013

No, pagliaccio non son

   

Palhaço sério não ocupa cargo de PR , por isso Dr. Sousa Tavares o senhor foi de uma injustiça tremenda e indelicadeza sem precedentes...


Se gostar de Poemas ofereço-lhe reste onde perceberá as verdadeiras diferenças entre homens.







QUE O TOMASSE DE VEZ

(reforma dum palhaço)

Fez-se capitão sem velas ou veleiro
onde ao leme se via timoneiro,
qual palhaço em circo de ilusões
submerso em aplausos e ovações,
pescador de paixões intangíveis
sorriso q sabia indisponíveis
decifrando verdades e mentiras,
promessas q disfarçavam iras!

Despida a pele por não ser aldrabão
retirado o disfarce à falta de razão
mostrou-se sem armaduras solitário
envergando penas de canário
cantou fados e marchas militares.
-D'altaneiras gruas como andares
viu em 'lezírias' mulheres verdejantes
entrincheiradas junto a meliantes

Sem igrejas mosteiros catedrais
teve promessas q morreram solteiras
outras padecendo de viuvez!

Negando amores q suavam demais
deu 'génio pró não perder nas feiras
esperando q 'amor o tomasse de vez.


Cito Loio
16/05/2013

segunda-feira, maio 20, 2013

Evento Fundação Eng António de Almeida



O evento marcado para amanhã 21/5 na Fundação Eng. António de Almeida foi adiado para data a indicar

quarta-feira, maio 15, 2013

TARDE CULTURAL


Meus amigos, aqui Fundação Eng. António de Almeida (Porto) estarei no próximo dia 21 a partir das 17:00 em representação da CLA para uma tarde Cultural, apresentando poemas com travo a Angola 

Daí, e porque a nha mãe/avó por lá "ficou"...esta é-lhe dedicada com a certeza que não o declamarei  nesse dia. Estando onde estiver ficará com vontade de me dar um par de açoites....


NAS ROSEIRAS D' ALBERTINA

Noites negras em branco procurando
amor sem regras por vontade expressa
e incrédulo ao luto questionando
o porquê deste vazio - qual era a pressa!

Noites brancas negras parceiras
tantas levo da infância já contadas
"ferindo-me nos picos das roseiras"
por minha avó nem sempre as ter podadas.

Cito Loio
11/5/2013







domingo, maio 12, 2013

De joelhos...

Sou benfiquista desde os tempos do Vila, do estádio velho junto ao Rádio Clube de Luanda, saltando os muros do Cine Tropical nas tardes de matinés dançantes,mas não deixo de dormir por causa dum campeonato...
Já perdi "tantos" e muito mais importantes, por isso recomendo ao senhor Jorge Jesus o seguinte:

Em vez de se ajoelhar leia este Poema...atentamente


FOI NA BATALHA

Resolvo a vida ainda q sem folar
valor dou ao anho assado
com dedais de vinho adamado
- Mas que não falte sal ao mar!

Dispenso amêndoas litúrgicas,
trocando-as por subtilezas
em rápidas intervenções cirúrgicas
sustendo rios d’ incertezas

Desconhecendo bispos pregados na cruz
reforço ‘crença de não ter existido
Jesus trazendo divina luz
logo após se ter o sol fundido

Conto-vos, Cristo ter dado a vida
no mais cruel dos confrontos,
corpo em chagas batalha perdida
a libertar pobres da garra dos monstros

Cito Loio
1 a 8 de Abril 2013



quinta-feira, maio 09, 2013

Mel e Gindungo



Momentos do lançamento do livro

Mel e Gindungo


A braços com Dora...quando se interpretava o poema

.....Josy c' by








CINCO GRITOS DE SILÊNCIO


No silêncio agnóstico da solidão
pinto amorenado, imaculado retrato
colorido e d’ estranha dimensão
sabido, que nele, me firo e maltrato.
- Mas nasci tresloucado ou c’ génio
azarado, condena feita à nascença;
_ mesmo vencendo, por prémio
ganhei títulos de nobreza sem avença
vendo-me trajado por múltiplas penas.
- Confesso saber do travo amargo
elogiando as mulheres de Atenas
por suportarem pesado fardo…

Crestado nas labaredas da desilusão
hirta carne como frio aço,
mergulho ‘gestos carregados de paixão
rodando lençóis que nunca desfaço
- Entre lágrimas em desespero afogado
procurei-a em todas as que amei
revendo sonhos, perdidos em qualquer lado
onde o desejo, por perigos, ditou lei!


Cito Loio
01 a 10 de Maio 2013






 
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